O diretor do programa de emergências sanitárias da organização, Michael Ryan, frisou hoje que os testes serológicos – que medem a presença de anticorpos em pessoas que tenham entrado em contacto com o novo coronavírus – carecem ainda da sensibilidade necessária para darem garantias.
O responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS) respondia em conferência de imprensa a uma pergunta sobre a intenção manifestada pelo governo chileno de fazer este tipo de testes e conceder às pessoas consideradas imunizadas uma espécie de salvo conduto para poderem sair do confinamento.
“Há muita incerteza em redor de quais poderiam ser estes testes e quão eficazes precisariam de ser”, declarou, acrescentando que os “indícios preliminares” sugerem que “uma proporção bastante baixa” da população poderá ter adquirido imunidade ao entrar em contacto com o vírus sem desenvolver sintomas.
Michael Ryan reconheceu que da parte de alguns governos “há a expectativa de que se tenha conseguido imunidade de grupo e que a maioria das pessoas na sociedade tenham desenvolvido anticorpos” contra o novo coronavírus.
O responsável da OMS defendeu que é preciso abordar “com muito cuidado” a questão e ser cauteloso quanto à real proteção que estes anticorpos conferem.
“Ninguém pode ter a certeza de que alguém com anticorpos está completamente protegido contra a doença ou de a voltar a ter”, frisou.
Alguns dos testes podem dar resultados falsos e uma pessoa que acredite estar protegida pode bem voltar a ser infetada, alertou.
Até se poder confiar neste tipo de testes, terão que ser uniformizados e validados, indicou.
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