Numa resposta escrita enviada à Lusa, a organização não-governamental (ONG), que acusa as autoridades de Malta de reterem ilegalmente, desde segunda-feira, um navio seu (Sea-Watch 3), salienta que deve ser a União Europeia a promover as ações de salvamento no mar em vez de deixar este trabalho para as organizações privadas, defendendo que os refugiados devem poder viajar em segurança para a Europa onde poderão fazer os seus pedidos de asilo.
A Sea Watch considera que as decisões saídas da última cimeira europeia tentam “criminalizar! a fuga para a Europa e, consequentemente, “todos os que ajudam as pessoas que enfrentam situações de risco” nesta tentativa.
A ONG adianta que neste momento não existe nenhum navio de salvamento civil a operar no Mediterrâneo, tornando junho no mês mais mortífero “desde que a crise humanitária começou, apesar de o número de chegadas ser apenas metade do que era no ano passado”.
A Sea Watch contesta igualmente que os navios de resgate estejam a ser impedidos de salvar pessoas que se estão a afogar.
“Enquanto o nosso navio está retido no porto, as pessoas estão a morrer”, acusa a organização, acrescentando que não foi dada qualquer explicação para reter o Sea-Watch 3 em Malta.
Hoje, pelo menos sete pessoas, duas delas crianças, morreram e outras 123 foram resgatadas do mar após o naufrágio da embarcação em que seguiam ao largo da Líbia, anunciou a guarda-costeira líbia.
Este novo naufrágio faz subir para 180 o número de migrantes mortos ou desaparecidos desde sexta-feira ao largo da Líbia, segundo um balanço da agência France-Presse dos números fornecidos pela guarda-costeira do país.
Na sexta-feira, os corpos de três bebés foram resgatados da água e uma centena de pessoas desapareceram depois do naufrágio da embarcação em que seguiam.
Outras 63 pessoas, que viajavam noutra embarcação, estão desaparecidas desde domingo, segundo um porta-voz da Marinha líbia, Ayoub Kacem.
A guarda costeira disse ainda que nas últimas horas navios-patrulha líbios intercetaram 276 pessoas que partiram da costa líbia e tentavam atravessar o Mediterrâneo, em três operações realizadas na segunda-feira.
Entre os 276 havia 29 mulheres e 54 crianças, provenientes de 14 países da África subsaariana, 29 sudaneses e um egípcio.
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