"Todas as informações que reunimos - incluindo do exército israelita e do Procurador-Geral palestiniano - corroboram o facto de que os tiros que mataram a Sra. Abu Akleh e feriram o seu colega Ali Sammudi vieram das forças de segurança israelitas e não de disparos indiscriminados de palestinianos armados, como inicialmente afirmaram as autoridades israelitas", afirmou uma porta-voz do Alto Comissariado, Ravina Shamdasani, numa conferência de imprensa em Genebra.

"Não encontrámos informações que sugerissem que houvesse qualquer atividade de palestinianos armados nas proximidades dos jornalistas", disse Shamdasani, acrescentado que é "profundamente perturbador que as autoridades israelitas não tenham aberto uma investigação judicial".

Shireen Abu Akleh, uma jornalista da estação televisiva Al Jazeera, foi atingida na cabeça por um disparo de precisão quando efetuava uma reportagem em Jenin, na Cisjordânia ocupada, no decurso de uma incursão militar israelita.

O assassinato de Shireen Abu Akleh motivou uma forte reação no mundo árabe e em diversas capitais mundiais, com a indignação a aumentar quando as forças israelitas lançaram granadas lacrimogéneas e carregaram sobre os homens que transportavam o caixão no funeral da jornalista.

Ainda este mês, a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) entregou ao Tribunal Penal Internacional (TPI) o resultado das suas investigações sobre a morte da jornalista, reconhecida pelo seu trabalho nos territórios ocupados por Israel.

Segundo o procurador palestiniano, foi "deliberadamente" assassinada por soldados israelitas, que a atingiram na face, apesar de estar perfeitamente identificada como jornalista e usar um colete à prova de bala e capacete.

Israel continua a argumentar não possuir "informação concludente" para estabelecer quem a matou.