Cerca de 1.000 pessoas do Médio Oriente, Ásia e África “foram expulsas apenas ao longo da Rota dos Balcãs… mais do que anteriormente”, referiu Mirjana Milenkovska, porta-voz na Sérvia do ACNUR, citada pela agência noticiosa France-Presse.

Centenas de milhares de migrantes e refugiados optaram pela rota dos Balcãs, a partir da Grécia e através da Macedónia e Sérvia, Croácia e Hungria, para tentar atingir a Europa ocidental, até este trajeto ter sido praticamente encerrado a partir de março.

Em 17 de dezembro, “uma família síria com sete pessoas, incluindo uma criança de dois anos, uma rapariga de 16 anos e duas mulheres quase congelaram após terem sido deixadas numa floresta com 11 graus negativos para caminharem em direção à Bulgária num percurso de cerca de um quilómetro”, disse a ativista.

“A família estava registada em Belgrado e a caminho de um centro para refugiados, quando foram retirados do autocarro por uma unidade do exército ou da polícia que apreenderam os seus documentos”, assinalou Gordan Paunovic, do grupo Info Park, que fornece ajuda aos refugiados.

Este grupo familiar foi eventualmente salvo por um responsável policial de uma cidade nas proximidades e que foi alertado por ativistas, acrescentou Paunovic.

O Centro de Belgrado para os direitos humanos (BCHR), que representa a família, referiu que o motorista do autocarro confirmou a informação.

O ministro da Defesa sérvio, Zoran Djordjevic, negou qualquer envolvimento do exército neste incidente.

Cerca de 7.000 migrantes estão atualmente na Sérvia. A maioria está alojada em 13 centros de acolhimento oficiais, enquanto 1.000 estão dispersos pela baixa de Belgrado, e muitos sem alojamento, disse Milenkovska.

Cerca de 109 pessoas terão sido deportadas em novembro para a Macedónia a partir do centro de trânsito para migrantes em Presevo, junto à fronteira comum.

“Todos regressaram a Belgrado e contaram-nos a mesma história: foram acordados às 04:00 da manhã, colocados numa carrinha da polícia e conduzidos para um campo no meio de uma floresta perto da fronteira com a Macedónia”, assegurou Paunovic.

Membros da Associação macedónia de jovens advogados (MYLA), que fornece ajuda legal aos migrantes na Macedónia, também “registou casos de pessoas que foram enviadas para a Macedónia, apesar de terem documentos de asilo registados na Sérvia”.

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