“São pessoas que passaram por muita coisa, mas, mesmo assim, continuam seguindo. É resiliência”, disse à Lusa Joyce Msuya, momentos após depositar uma corroa de flores na Praça dos Heróis Moçambicanos, no primeiro dia de uma visita de trabalho da também coordenadora adjunta da Assistência em Emergências da ONU a Moçambique.
Em Moçambique, esta responsável do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) tem uma agenda de trabalho de uma semana, que inclui uma visita a Cabo Delgado, província moçambicana afetada, desde 2017, por incursões de grupos rebeldes.
“O meu plano é reunir com as comunidades, organizações e parceiros na resposta humanitária. Mas a esta altura é importante destacar a resiliência tanto das populações como também do Governo para continuar seguindo”, acrescentou Joyce Msuya.
Além de visitar Cabo Delgado, a responsável tem, em Moçambique, reuniões marcadas com vários quadros do Governo, incluindo um encontro com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel José Gonçalves, na segunda-feira.
Cabo Delgado enfrenta, há seis anos, a insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
No terreno combatem o terrorismo, que tem tido impacto negativo nos mega projetos de gás natural, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Dados do Governo moçambicano indicam que pelo menos 70% da população deslocada pela guerra regressou à província, como resultado da restauração da segurança face à ação de grupos armados que atuam na região.
O conflito no norte de Moçambique fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, enquanto o Presidente moçambicano admitiu recentemente “mais de 2.000” vítimas mortais.
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