A Organização das Nações Unidas indicou que o número total ascende agora os dois milhões desde o golpe de Estado no Myanmar (antiga Birmânia), alertando para a “dificuldade em encontrar soluções” para a grave crise no país asiático, que levou milhares de pessoas, sobretudo da etnia rohingya, a fugir do território, segundo um comunicado.
Desde o golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2021, quando a junta militar tomou o poder em Myanmar, o conflito de décadas intensificou-se entre o Exército e os guerrilheiros de minorias étnicas, aos quais se juntaram milícias pró-democracia em algumas áreas.
Desde o lançamento a 27 de outubro da chamada “Operação 1027” por grupos armados da resistência birmanesa contra o Exército birmanês (Tatmadaw) no estado de Shan, no norte do país, os confrontos aumentaram também nos estados de Kayah, Kachin e Rajine, bem como em Sagaing, Mandalay e Bago, entre outros.
As Nações Unidas estimam que cerca de 82.000 pessoas foram deslocadas à força no Estado de Shan, que faz fronteira com a China, desde outubro, o que levou as autoridades chinesas a apelar a medidas para alcançar uma maior estabilidade na região.
As autoridades chinesas indicaram igualmente que cerca de 50 civis foram mortos e centenas ficaram feridos, maioritariamente em ataques da junta militar. Além disso, mais de 40.000 habitantes de Kayah, Loikaw e Moebye foram deslocados.
Cerca de 20.000 pessoas fugiram também das suas casas na cidade de Pauktaw, no estado de Rajine, depois de o exército de Arakan ter efetuado uma série de ataques contra as posições do exército. No entanto, pelo menos 500 residentes permanecem encurralados na cidade, de acordo com os dados da ONU.
Além disso, 33.000 pessoas foram deslocadas em Madaya, na região de Mandalay, Matupi, em Chin, e Taze, localizado em Sagaing, onde as forças da resistência conseguiram tomar o controlo de duas aldeias.
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