Informando que os seus serviços estão a procurar “corroborar os relatos de violações graves”, Volker Turk avançou estar “profundamente alarmado com os relatos de um agravamento da violência e da destruição de propriedade na cidade de Buthidaung, no norte do estado de Rakhine, causando a deslocação de talvez dezenas de milhares de civis, principalmente Rohingya”.
“Com as tensões intercomunitárias entre os grupos étnicos Rakhine e Rohingya elevadas – e ativamente alimentadas pelo exército – este é um momento crítico em que o risco de novas atrocidades criminosas é particularmente elevado”, segundo o responsável da ONU, citado em comunicado.
As atrocidades criminosas – genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra – são consideradas pela ONU como as mais graves entre outras infrações que também incluem uma componente internacional.
Em 2017 registou-se no estado de Rakhine uma perseguição em larga escala por parte do exército contra a minoria Rohingya, que está a ser investigada pelas Nações Unidas por genocídio.
Novos confrontos têm abalado este estado desde que o Exército Arakan (AA, Arakan é o antigo nome de Rakhine) atacou as forças de segurança em novembro, pondo fim a um cessar-fogo respeitado desde o golpe da junta em 2021.
Türk apelou ao fim dos combates e à proteção da população, assim como às partes em confronto que permitam o “acesso humanitário imediato e sem obstáculos”.
O responsável instou ainda os combatentes a respeitarem “plena e incondicionalmente o direito internacional, incluindo as medidas já ordenadas pelo Tribunal Internacional de Justiça para a proteção dos Rohingya”.
Quanto ao Bangladesh, o Alto Comissário apelou a que “renove a sua proteção” a refugiados, depois de o país ter reforçado a segurança ao longo da sua fronteira com Myanmar, por recear que o conflito desencadeie um novo afluxo de Rohingya.
O Bangladesh acolhe quase um milhão de refugiados Rohingya. A maioria destes refugiados fugiu da violenta repressão militar em Myanmar em 2017.
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