De acordo com as previsões do Banco Central da África do Sul, o produto interno bruto do país, o mais industrializado em África, deverá contrair em 7,3%.
Numa tentativa de travar a propagação da covid-19, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, ordenou, no final de março, medidas de contenção que colocaram a atividade do país em suspenso.
Desde então, a maioria das restrições foram levantadas, mas a sua aplicação afetou severamente as empresas e a população sul-africana.
A África do Sul é o país da África Subsaariana mais afetado pela covid-19, ultrapassando 600 mil infeções e 13 mil infeções.
Num estudo hoje publicado, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) prevê uma “recuperação lenta [da economia sul-africana] até 2024″.
Antes da pandemia, a economia sul-africana apresentava-se já com algumas dificuldades, com um baixo crescimento, uma deterioração das finanças públicas e uma taxa de desemprego próxima dos 30%, que deve aumentar nos próximos meses.
De acordo com o PNUD, a crise sanitária deverá aumentar a pobreza extrema no país e empurrar um terço dos agregados familiares de classe média para a categoria de vulnerável.
Recentemente, a África do Sul foi considerada por um relatório do Banco Mundial como o país mais desigual do mundo.
Cyril Ramaphosa, que recentemente lançou um plano de 24 mil milhões de euros para apoiar empresas e população mais pobre, prometeu hoje um novo programa para promover uma “nova economia que crie empregos e promova o crescimento inclusivo”, refere a agência France-Presse.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 809 mil mortos e infetou mais de 23,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em África, há 27.779 mortos confirmados em mais de 1,2 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.
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