No assalto ao banco estiveram envolvidos mais dois arguidos, um dos quais condenado a nove anos de prisão e o outro a oito anos e dois meses.
No processo, é também arguido um agente da PSP de Ponte de Lima, que foi condenado a três anos e 11 meses de prisão, com pena suspensa, por um crime de furto qualificado, por alegadamente ter funcionado como “informador”.
Para a suspensão da pena, o polícia fica obrigado a dar 3.000 à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).
Dois arguidos que participaram em alguns dos outros assaltos foram condenados a penas de seis anos e 10 meses de prisão, cinco anos e quatro meses.
Outros arguidos ficaram com penas de multa ou penas suspensas por recetação e posse de arma proibida.
O assalto ao Santander ocorreu em 2018, na noite de S. João (23 para 24 de junho), tendo “rendido” dinheiro e valores avaliados em quatro milhões de euros.
Com recurso a uma rebarbadora, os arguidos cortaram três barras da porta gradeada da sala dos cofres de clientes, por forma a criar um orifício que permitisse a entrada de uma pessoa, bem como partiram a central de alarmes situada à esquerda.
De seguida, com uso de chave de fendas e pé de cabra, arrombaram 58 dos 60 cofres particulares.
O banco estava em obras e, uns dias antes, um dos arguidos conseguiu autorização para aceder à zona dos cofres particulares, tendo assim possibilidade de “estudar” o assalto.
O arguido percebeu que a porta blindada estava aberta e que o alarme estava inativo.
No dia do crime, e aproveitando o barulho na rua resultante do S. João, entrou no banco, pelas traseiras, e, durante várias horas, serrou as grades e esvaziou os cofres.
Os arguidos responderam por vários outros assaltos, entre os quais à residência do empresário Domingos Névoa, do cantor popular Delfim Júnior e do médico e antigo atleta do Sporting Clube de Braga, Romeu Maia.
No total, os assaltos terão rendido 4,7 milhões de euros.
Os arguidos estavam ainda acusados de organização criminosa, mas o tribunal não deu este crime como provado.
Segundo o Ministério Público, os arguidos “atuaram em conjunto entre si, como um verdadeiro grupo em que se inserem, de modo organizado, concertado e extremamente metódico, repartindo entre si informação e proveitos, recorrendo a tecnologia que inviabiliza o acompanhamento próximo”.
O MP aludia ainda à apreensão de vários ‘walkie-talkies’ e inibidores de frequência de rádio e frequências GSM em casa e em veículos de dois dos arguidos.
Um dos acusados também colocaria equipamentos de GPS em veículos que posteriormente pretendia furtar na via pública.
Os alvos preferenciais do grupo eram residências particulares, pertença de pessoas com elevado poder económico.
Segundo a acusação, os arguidos, de novembro de 2017 a finais de junho de 2018, assaltaram, ou procuraram assaltar, casas nas localidades de Braga, Viana do Castelo, Ponte de Lima e Arcos de Valdevez, além da referida agência bancária.
Os arguidos, nove homens e uma mulher, foram detidos, pela GNR, em inícios de julho de 2018, numa operação que incluiu 22 buscas domiciliárias e 15 não domiciliárias, entre estas algumas a viaturas e a uma embarcação.
A operação resultou na apreensão de 14 automóveis, cerca de 300 mil euros e cinco quilogramas de ouro.
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