Segundo informações divulgadas pelo Ministério Público Federal (MPF) brasileiro, entre as empresas investigadas com atuação internacional, estão as gigantes Vitol, Trafigura e Gleconre, que têm faturação maior que a Petrobras.
Os investigadores brasileiros suspeitam que, entre 2011 e 2014, essas três empresas efetuaram pagamentos de subornos para intermediários e funcionários da Petrobras relacionados com mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguer de tanques de armazenamento.
“As provas apontam que havia um esquema em que empresas investigadas pagavam propinas [subornos] a funcionários da Petrobras para obter facilidades, conseguir preços mais vantajosos e realizar contratos com maior frequência”, lê-se num comunicado do MPF.
“Esses negócios diziam respeito à compra e venda (‘trading’) no mercado internacional de óleos combustíveis (produtos utilizados para geração de energia térmica em fornos e caldeiras), gasóleo de vácuo (produto intermediário utilizado na produção de gasolina e diesel), bunker (combustível utilizado nos motores de navio) e asfalto”, acrescentou o órgão de Justiça brasileiro.
Os investigadores referiram também que as operações que subsidiaram os esquemas de corrupção foram conduzidas pelo escritório da Petrobras em Houston, nos Estados Unidos, e na cidade brasileira do Rio de Janeiro.
“Nos esquemas, alguns funcionários da Petrobras corrompidos referiam-se à diferença entre o preço de mercado de compra ou venda do petróleo ou derivados e o preço mais vantajoso concedido às ‘tradings’ mediante pagamento de propina como delta”, destacou o MPF.
“O delta correspondia ao valor da vantagem indevida obtida pela ‘trading’, que era dividido entre os beneficiários do esquema, o que incluía os operadores e os funcionários da Petrobras corrompidos. Alguns investigados chegavam a se referir a esse esquema de corrupção como “delta business”, ou negócio gerador de delta”, acrescentou.
A operação Lava Jato investiga desde 2014 uma série de escândalos de corrupção na Petrobras e em órgão públicos do país, levando à prisão dezenas de funcionários da petrolífera estatal brasileira, empresários e também políticos de renome.
Esta nova fase da operação foi apelidada de “Sem Limites” e investiga um suposto esquema de corrupção que teria começado em 2009 e foi descoberto no aprofundamento das investigações decorrentes da 44.ª fase da Lava Jato.
Desde o início da manhã, a polícia federal do Brasil está a cumprir 11 mandados de prisão preventiva, 27 de busca e apreensão e 1 de intimação, expedidos pelo Juízo da 13.ª Vara Federal da cidade brasileira de Curitiba.
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