Artigo atualizado às 21:54


A PSP foi chamada ao local às 12:20 devido a um tumulto entre moradores na sequência de "desordens e agressões", mas a patrulha terá sido recebida a tiro, pelo que o dispositivo policial foi reforçado de imediato com dezenas de operacionais.

A operação acabou perto da hora do jantar, praticamente oito horas depois, com a comissária Sara Ferreira da PSP a confirmar uma detenção numa curta declaração às televisões. No entanto, a TVI indica que além do suspeito detido existem mais dois que ainda se encontram a monte. Esta informação não foi confirmada pela comissária, que, quando confrontada com o facto, afirmou apenas que estavam a ser realizadas as "diligências necessárias para conseguir interceptar todos os suspeitos" e remeteu o resto do seu comentário para o comunicado que iria ler a seguir.

"Foram feitas várias abordagens à habitação onde os suspeitos dispararam contra o efetivo policial, tendo-se constatado que não se encontrava nenhum indivíduo suspeito", informou a comissária Sara Ferreira, do Comando Distrital de Setúbal. Contudo, acrescentou, “foi identificado até o momento um suspeito já localizado” e que foi detido pela PSP.

A comissária Sara Ferreira referiu ainda que “na habitação foram encontrados vários invólucros que tudo indicia pertencerem à arma, ou armas, utilizadas pelos supostos suspeitos, tendo sido acionado para o local o órgão de polícia criminal competente, Polícia Judiciária”.

O que se passou durante a tarde?

A PSP foi chamada à Rua Bento Gonçalves e, à sua chegada, os agentes "depararam-se com suspeitos armados que dispararam contra si, tendo os polícias ripostado recorrendo igualmente a armas de fogo".

Da troca de tiros, não se registaram feridos entre os agentes da PSP, mas desconhecia-se na altura se algum dos suspeitos terá sido atingido. Mas os suspeitos barricaram-se num armazém e foi chamada uma equipa especial da polícia para encetar negociações.

Já esta noite, a responsável da PSP repetiu os apelos “à calma e à tranquilidade da população”, assegurando que “estão garantidas todas as condições de segurança”.

“Neste momento, estamos a fazer as diligências necessárias para conseguir intercetar todos os suspeitos. A Polícia Judiciária já está no local e está, neste momento, com a investigação”, sublinhou.

Cerca das 20:30, as famílias residentes no bairro da Quinta das Lagoas que estiveram impedidos de regressar a casa, puderam ir para as suas habitações.

Dezenas de pessoas nas ruas de Santa Marta de Corroios à espera de regressar a casa

O presidente da Associação de Moradores da Quinta das Lagoas e a família estão entre as dezenas de moradores daquele bairro que estão impedidos de regressar a casa devido ao incidente entre um grupo e a polícia.

“Estou à espera para entrar em casa há mais uma hora, mas a minha mulher já aqui está desde o meio-dia”, disse pelas 19:15 aos jornalistas Nelson Mendes, de 34 anos, operário da construção civil, residente naquele bairro, no concelho do Seixal, distrito de Setúbal, há cerca de 12 anos.

“Não temos para onde ir, só tenho família em Cascais, mas não é fácil levar para lá toda a família neste momento”, acrescentou o presidente da associação de moradores da Quinta das Lagoas, onde residem mais de 300 pessoas.

Entre os moradores que se concentram nas ruas, contam-se dezenas de crianças.

A Câmara Municipal do Seixal vai fornecer refeições a quem precisar, estando a ultimar o local onde as vai servir.

“A câmara vai disponibilizar refeições para as pessoas que estejam impedidas de regressar a casa e não tenham meios próprios para resolver o problema”, indicou fonte da autarquia à Lusa.

A mesma fonte adiantou que as refeições vão, “em princípio” ser servidas no quartel dos bombeiros, mas remeteu para mais tarde a confirmação da localização do espaço onde as pessoas se podem dirigir.

Os acessos ao bairro estiveram completamente vedados pela PSP, que continuou a reforçar os meios no local e, pelas 19:38, chegaram à Quinta das Lagoas mais quatro carrinhas da Unidade Especial de Polícia.

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