Um relatório doo Centroo de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, inédito a nível nacional, revelou "aumentos significativos" entre 1999 e 2014 "nos 28 Estados que dispõem de dados".
"Estes números exibem o impacto devastador da crise dos opioides nas famílias dos Estados Unidos, inclusive nos mais jovens", disse o diretor do CDC, Robert Redfield.
"Um vício em opioides não tratado durante a gravidez pode ter consequências terríveis", acrescentou.
Os Estados Unidos enfrentam atualmente uma grave crise de vício em opioides, entre os quais são incluídos analgésicos como oxicodona e heroína, que provocou 42 mil mortes em 2016.
A crise, contudo, não afeta o território de igual forma. Como escreve o jornal britânico 'Guardian', se um estado como o Havai se manteve na média nacional de mulheres viciadas em opioides a dar à luz, outros como o da Virgínia Oeste subiram em cerca de 53%. Outros estados particularmente problemáticos que constam do estudo são os do Maine, do Novo México e do Vermont.
Os riscos de mortalidade materna e infantil e de parto prematuro aumentam consideravelmente. Bebés nascidos de mulheres que usaram opioides durante a gravidez desenvolvem frequentemente o mesmo vício e podem sofrer a sua falta após o nascimento, a chamada síndrome da abstinência neonatal.
"O uso de opioides em mulheres grávidas é um grande problema de saúde pública", diz o relatório do CDC.
A taxa de mulheres que sofrem de dependência deste tipo de substância quando chegam ao hospital para dar à luz "aumentou de 1,5 por mil partos em 1999 para 6,5 em 2014", mostra o documento, que não especifica os tipos de opioides envolvidos.
O CDC responsabiliza parcialmente os médicos que prescrevem opioides em excesso e diz que devem redobrar os esforços para evitar que grávidas desenvolvam um vício e ajudá-las a fazer tratamentos. Disso é exemplo, novamente, o estado de Virgínia Oeste: em 2012, os médicos fizeram 138 prescrições de opioides para cada 100 pessoas.
Este problema tende a aumentar, principalmente porque existem graves lacunas na recolha destes dados. Apenas nove estados dos EUA requerem que os hospitais recolham informações quanto a crianças expostas a drogas como opioides.
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