Segundo Yafar Hasan, um dos porta-vozes das Forças da Liberdade e Mudança, foi “emitida hoje uma agenda nova, em substituição da anterior que incluía manifestações em frente às instituições públicas e privadas”, assim como “as jornadas de desobediência civil previstas” para 13 e 14 de julho, avançou em declarações à agência espanhola EFE.
Após um mês de negociações suspensas para a criação de um Governo de transição no Sudão, no sentido de pôr fim à situação sangrenta na capital sudanesa, Cartum, o diálogo para avançar no processo foi retomado há três dias e, na sexta-feira, foi anunciada a composição e duração do organismo encarregado da transição.
Grupos de rebeldes sudaneses criticaram hoje o acordo de partilha do poder entre os militares e o movimento pró-democracia do país, cujo objetivo é pôr termo ao impasse político que dura há semanas.
Os líderes das manifestações na capital do Sudão e os militares do Governo tornaram público na sexta-feira um acordo para formar um Governo conjunto, noticiou a agência norte-americana Associated Press (AP).
Uma fação do Movimento de Libertação do Sudão, liderado por Minni Minnawi, afirmou na sexta-feira que um acordo de paz deveria ser alcançado com os grupos rebeldes, antes de se iniciar a transição prevista naquele acordo.
Uma outra fação deste movimento, liderada por Abdel Wahid al-Nur, criticou o acordo classificando-o de “traição à revolução”.
Minnawi juntou-se a uma coligação política composta por manifestantes, enquanto al-Nur recusou-se a participar neste movimento.
Na sexta-feira, a junta militar no Sudão e os líderes do movimento de contestação chegaram a acordo sobre o conselho que vai liderar a transição política, aceitando um poder partilhado entre militares e civis, após meses de tensão.
As duas partes acordaram estabelecer "um conselho soberano rotativo entre militares e civis, por um período de três anos ou um pouco mais", anunciou, em conferência de imprensa, o mediador da União Africana (UA), Mohamed Hassan Lebatt.
A oposição sudanesa aceitou retomar as negociações com os militares na quarta-feira, em Cartum, um mês após a rutura causada pela remoção violenta de um acampamento de manifestantes na capital, que provocou mais de uma centena de mortos.
Graças à mediação da Etiópia e da União Africana (UA), as duas partes chegaram finalmente a acordo sobre o seu principal ponto de divergência: a liderança do "Conselho Soberano", o órgão que deve supervisionar o período de transição política.
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