"Decidimos apoiar e ser parte da Venezuela, que, como forma de luta para superar o drama social e alcançar uma alteração política, dispôs-se a iniciar um novo processo de negociação com o Governo, a 01 de dezembro na República Dominicana", adianta um comunicado divulgado em Caracas.
Segundo a MUD, a oposição procurará "defender a Constituição, o direito do povo a medicamentos e alimentos [abertura de um canal humanitário], a eleições livres e transparentes, que não haja presos políticos no país e nem mais um assassinato por protestar e pensar distinto".
Também a realização de eleições presidenciais (em 2018) livres e transparentes, com um Conselho Nacional Eleitoral equilibrado, observação internacional qualificada, eliminação de inabilitações (impedimentos legais para candidaturas).
"Estamos plenamente conscientes de que vamos a uma negociação com um governo sem nenhuma credibilidade nacional ou internacional, que incumpriu e desrespeitou acordos internacionais em direitos humanos e em matéria laboral", explica.
Segundo o documento, "o sofrimento do povo já é um grito que clama ao céu e obriga, por razões de responsabilidade e humanidade, a tentar tudo o que houver a fazer para que termine".
"A história ensina-nos que a transição entre um regime ditatorial e a liberdade e a democracia, sempre passa por uma negociação", sublinha.
No comunicado, a oposição faz referência ao aumento de "meninos vítimas de desnutrição, anciãos a morrerem por não conseguir medicamentos, famílias fuçando restos de comida no lixo, jovens a fugir do país à procurada de futuro e famílias inteiras a fazer filas imensas à procura dos poucos alimentos que se podem comprar".
"Um país tão rico como o nosso não merece continuar a sofrer pela escassez de alimentos, medicamentos, segurança, paz e lei. Esta tragédia gerada pelas más políticas do Governo e agravadas agora pela imposição de uma ilegítima Assembleia Constituinte tem que cambiar e há que fazer o que for para conseguir (a mudança)", explica.
Segundo a oposição, para conseguir estes objetivos, a luta não pode ser só da oposição, mas de todo o país e por isso, constituiu uma delegação com representantes dos setores laboral e obreiro, produtivo, académico e de organização de defesa dos Direitos Humanos, que participará e observará as reuniões de negociação.
"Acreditamos que este processo deve ser transparente. Entendemos o ceticismo que muitos poderão ter sobre os resultados desta negociação, não só nos resultados, mas no correto cumprimento do eventualmente acordado. Por isso, retificamos o compromisso de manter o povo atualizado sobre os avanços, travas e acordos em si", conclui.
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