Segundo Francisco Miranda Rodrigues, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, confirmou a sua vontade e do Governo de cumprir o que já tinham assumido no Programa do Governo de reforçar “a resposta que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) dá na área da psicologia que é muito diminuta e precisa de urgentemente ser reforçada”.
“Houve uma abertura, mas mais do que abertura houve a reafirmação de um compromisso dessa vontade por parte do Ministério da Saúde de avançar com essas contratações e, portanto, esperemos que seja isso mesmo que possa vir a acontecer e aconteça mais no curto prazo do que no longo”, disse à Lusa o bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) no final da reunião com a nova equipa ministerial da Saúde.
Para a OPP, é urgente duplicar o número de psicólogos no SNS, propondo a contratação de 300 num ano, e pelo menos 100 até ao final de 2024, para os serviços de psicologia das Unidades Locais de Saúde (ULS).
“Hoje, com pouco mais de 300 psicólogos para todos os centros de saúde do país e mais de metade dos portugueses sem acesso aos serviços prestados por psicólogos, é crítico e essencial que, urgentemente, se duplique este número”, refere a Ordem no documento que levou à reunião convocada pela ministra.
Para isso, a organização defende que é necessário, no imediato, a aprovação dos Planos de Desenvolvimento Organizacional das ULS, de modo que estas possam avançar com as contratações já previstas para o corrente ano.
O bastonário explicou que a sua preocupação foi levar para este encontro os contributos que os psicólogos podem dar para a resolução de problemas sociais e de saúde que as pessoas sentem.
“Um deles, por exemplo, até afeta os próprios profissionais de saúde em termos daquilo que é a organização dos serviços, a organização do SNS, e o bem-estar dos profissionais e a sua motivação”, salientou.
Nesse sentido, uma das propostas apresentadas, já prevista na orgânica da Direção Executiva do SNS e que disse esperar ver concretizada, é haver uma estratégia para a vinculação e motivação dos profissionais de saúde, através de uma ação permanente, sistemática sobre o bem-estar e sobre a sua motivação baseada em modelos de gestão informados por evidência científica.
“Foi também algo que confirmamos ser vontade da senhora ministra de responder positivamente e avançar no âmbito da ação política deste Governo”, adiantou.
A OPP defendeu também a imediata operacionalização do regulamento sobre os estágios profissionais de acesso à profissão no SNS, com um mínimo de 100 estágios por ano, cumprindo já a meta em 2024.
“Até hoje tem sido um problema que os profissionais possam fazer os seus estágios profissionais (…) e há também aqui uma vontade e um compromisso de não parar o processo que já tinha sido iniciado pelo anterior Governo de conseguirmos lançar um programa dentro do próprio SNS que permita a realização de estágios profissionais anualmente com um número razoável que contribua para formar jovens profissionais dentro do SNS”, disse o bastonário.
Outra das propostas apresentadas pela OPP foi a conclusão, até junho, da reorganização e a criação de serviços de psicologia autónomos nas ULS, segundo a regulamentação vigente e na sequência do modelo acordado com a Direção Executiva.
Francisco Miranda Rodrigues adiantou que ficou marcado para o final de junho um balanço com uma nova reunião com a tutela.
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