Na carta, datada de 6 de abril, mas entregue no hospital no dia 24, o bastonário indica que a Ordem “deliberou rever a capacidade formativa do serviço de otorrinolaringologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte e suspender a atribuição de novas capacidades formativas para o ano de 2019”.

O documento, entregue à administração do Centro Hospitalar onde está integrado o Santa Maria, a que a agência Lusa teve acesso, refere ainda que “será realizada nova avaliação das condições de funcionamento do internato médico” daquele serviço dentro de 12 meses.

A carta só foi entregue em mão no Hospital Santa Maria no dia em que a imprensa noticiou a suspensão do internato, a 24 de abril, segundo atesta o carimbo do documento e segundo confirmou à Lusa fonte hospitalar.

Em julho do ano passado, o bastonário da Ordem dos Médicos tinha realizado uma visita ao serviço de otorrinolaringologia do hospital, concluindo que os internos estavam a dar consultas sozinhos, incluindo os que estavam no início do internato.

“Os internos têm consultas em nome deles que aparentemente asseguram sozinhos desde que entram em otorrinolaringologia", afirmou na altura o bastonário Miguel Guimarães à agência Lusa.

O serviço de otorrino do Santa Maria tem estado envolvido em polémica desde que, em 2016, foi nomeado Leonel Luís como diretor de serviço.

Em finais do ano passado, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul apresentou uma denúncia no Ministério Público e autoridades de saúde contra o diretor do serviço de otorrinolaringologia, que acusa de irregularidades e perseguição.

Já este ano, o diretor do serviço entregou no Ministério Público uma queixa crime por difamação e denúncia caluniosa contra a direção do Sindicato dos Médicos da Zona Sul e contra cinco colegas otorrinolaringologistas.

Na queixa, a que a agência Lusa teve acesso, o diretor do serviço, Leonel Luís, considera que a direção do Sindicato dos Médicos da Zona Sul divulgou vários comunicados que “representam um atentado” ao seu bom nome, à sua honra e à sua imagem e credibilidade.

Em causa está o que o médico considera ser uma campanha difamatória do sindicato, que considerou ilícita a sua nomeação e deu a entender que o diretor do serviço foi nomeado “por ajuste direto”, sem ter qualificações suficientes e aludindo a “mecanismos clientelares e comissariado político” nalgumas situações no serviço de otorrino.

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