A campanha “Não é uma fase, é uma vida” pretende recolher donativos para as mais de “23 milhões de pessoas refugiadas a viverem numa situação de deslocação forçada há cinco ou mais anos” e alertar para “as dezenas de operações de emergência subfinanciadas que põem em causa a sobrevivência e os direitos humanos destas populações”, refere o ACNUR em comunicado.
Para 67% das pessoas que são “obrigadas a fugir das suas casas e das vidas que construíram”, ser deslocado “não é uma situação passageira, mas sim duradoura, que pode prolongar-se por décadas ou até mesmo gerações completas”.
No final do ano passado, existiam já mais 7,1 milhões de pessoas nesta situação de deslocação prolongada do que em 2021 e, apenas durante o primeiro semestre deste ano, somaram-se mais meio milhão de pessoas.
De acordo com o ACNUR, só entre 2018 e 2022, registaram-se 1,9 milhões de crianças nascidas com o estatuto de refugiadas e, em média, nasceram anualmente 385 mil crianças já nesta situação.
A agência da ONU para os Refugiados aponta ainda para “a existência de 59 situações de deslocação forçada prolongada – definição utilizada para realidades em que mais de 25 mil refugiados do mesmo país de origem estiveram exilados num determinado país de acolhimento de baixo ou médio rendimento durante pelo menos cinco anos consecutivos – distribuídas por 37 países de acolhimento”.
Algumas das “situações mais preocupantes” situam-se no Afeganistão, Síria, Sudão do Sul, Mianmar, Somália, Sudão, República Democrática do Congo, Burundi, Eritreia e República Centro-Africana.
Estes refugiados “enfrentam frequentemente desafios acrescidos em matéria de proteção e de restrições aos seus direitos básicos”, podem “ser privados da liberdade de circulação e de acesso a um emprego, à propriedade e aos sistemas de justiça”, refere o ACNUR.
“No caso das crianças, veem-se muitas vezes impedidas de frequentar a escola, sendo o seu acesso à educação limitado ou até mesmo nulo”, pode ainda ler-se no comunicado.
O ACNUR em Portugal presta “apoio técnico, capacitação e advoga pelos direitos de pessoas refugiadas e requerentes de asilo junto das entidades responsáveis pela sua proteção, acolhimento e integração”.
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