Jennifer de Araújo, mãe de Maëlys de Araújo, a menina lusodescendente de nove anos que desapareceu na noite de 26 para 27 de agosto de 2017, quando a família estava num casamento, reconheceu a filha nas imagens de uma câmara de videovigilância que registaram a passagem de um Audi A3 a abandonar o local onde se realizou a festa do casamento por volta das 02h45 da madrugada de domingo.

Segundo noticia o jornal Le Parisien, a mãe da menina terá reconhecido um detalhe do vestido utilizado por Maëlys na noite em que desapareceu. "Apenas uma mãe pode reconhecer esses detalhes", escreve o órgão de comunicação social francês.

Estas imagens têm sido consideradas um elemento central em toda a investigação e prova substancial na acusação de  Nordahl Lelandais, um ex-soldado de 34 anos também convidado para a festa que aconteceu em Pont-de-Beauvoisin, a 85 quilómetros de Lyon, no sudeste de França, o principal suspeito do rapto da lusodescendente.

A mãe reconheceu o vestido branco que a sua filha utilizava naquela noite, em que as imagens mostram um Audi A3 de três portas, com jantes desportivas, captado na noite de 26 para 27 de agosto. De acordo com o Le Parisien, as imagens foram vistas duas vezes pelos pais da criança com a mãe a identificar a alça sobre o ombro de Maëlys.

A imagem não é a melhor, admitem as autoridades. A câmara de videovigilância captura num primeiro momento o veículo, mas depois é 'cegada' pelos faróis do mesmo. No entanto, a câmara ao estar num ângulo mais elevado, capta a imagem de uma forma humana sentada no lugar do passageiro, foi precisamente esta imagem em que a mãe identificou a alça do vestido da sua filha

No final de novembro, o promotor público de Grenoble descreveu a figura captada pela câmara como "uma pequena figura frágil vestida com um manto branco". Ao mesmo tempo, o advogado do acusado contestou formalmente esta versão afirmando que no lugar do pendura seguia uma mulher adulta. No entanto, esta mulher misteriosa nunca foi encontrada. Mais: 37 minutos depois a mesma câmara filmou o mesmo carro cinzento, desta vez sem passageiro.

O carro, um dos 2.984 Audi A3 registados em Isére, foi considerado como sendo realmente o veículo do suspeito devido a vários detalhes comparados com o que ele utilizava de forma rotineira no seu dia-a-dia e levava para a aldeia de Domessin, onde o antigo soldado vivia com os pais.

Na tarde de domingo, 27 de agosto, o mesmo carro é visto entre as 17h28 e 19h45 numa lavagem de carros na zona de Les Abrets. As imagens mostram Nordahl Lelandais a lavar a viatura e a ter especial cuidado a limpar o lado do passageiro, diz o Le Parisien. No entanto, não conseguiu impedir que o ADN da menina fosse encontrado "no painel de controlo" da viatura.

Em 2002, com 19 anos, Nordahl Lelandais entrou no exército francês, do qual acabaria por ser expulso por "comportamento psicológico instável". Aos 25 anos seria condenado a um ano de prisão por ter incendiado um restaurante na região de Isère. Na altura cumpriu a pena em casa, com pulseira eletrónica.

No final do ano passado, a 20 de dezembro, foi ainda formalmente acusado do assassínio de um militar desaparecido em abril, anunciou o procurador de Chambéry. O antigo militar contestou o conjunto dos factos que lhe são imputados.

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