Líderes desta comunidade de 56 países, na sua maioria ex-colónias britânicas, reuniram-se numa cimeira em Apia, a capital de Samoa, que deveria concentrar-se em questões da atualidade como as mudanças climáticas.
Mas o encontro acabou por ser eclipsado pela história, com vários países africanos, caribenhos e oceânicos a reivindicar a Londres compensações financeiras ou, pelo menos, ações políticas pelo passado colonial.
"Chegou a hora de manter um diálogo verdadeiro sobre como vamos consertar estes erros históricos", disse à AFP o primeiro-ministro das Bahamas, Philip Davis.
"Os horrores da escravidão deixaram uma chaga geracional profunda nas nossas comunidades e a luta por justiça e a justiça reparatória estão longe de terminar", afirmou.
O monarca, de quem numerosos países reivindicaram um pedido de desculpas, instou os presentes a "rejeitar a linguagem da divisão", mas disse compreender "que os aspectos mais dolorosos de nosso passado continuam a ressoar".
"Nenhum de nós pode mudar o passado. Mas podemos comprometer-nos, com todo o nosso coração, a continuar a aprender as suas lições e a encontrar formas criativas de corrigir as desigualdades que persistem", acrescentou.
O primeiro-ministro britânico Keir Starmer, cujo governo enfrenta graves problemas orçamentais, rejeitou o pagamento de reparações e os seus assessores descartaram um pedido de desculpas público nesta cimeira.
Os participantes do encontro estão mergulhados em difíceis negociações em torno de um esboço do comunicado conjunto que pede um debate sobre o colonialismo.
Um dos candidatos a ser o novo secretário-geral da Commonwealth, o lesotense Joshua Setipa, disse que as reparações podem incluir formas não tradicionais de pagamento, como financiamento para a luta contra a mudança climática.
"Podemos encontrar uma solução que começaria por corrigir algumas injustiças do passado, inserindo-as no contexto do que está a acontecer agora", explicou ele à AFP antes da cúpula.
Com este evento, o rei Carlos III conclui um périplo de 11 dias por Austrália e Samoa, a sua primeira grande viagem ao exterior desde que foi diagnosticado com cancro este ano.
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