“O Panamá terá o privilégio de ser a base digital da Europa”, disse, na segunda-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros do país, Erika Mouynes.
O banco de dados do Copernicus vai permitir ao Panamá “fornecer dados e partilhar informações com toda a América Central e Caraíbas”, acrescentou a diplomata, numa conferência de imprensa em que também participou o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell.
“O Panamá não é apenas um polo aeronáutico, será também um [polo] tecnológico com a implantação das bases do Copernicus na região”, disse Borrell.
“Esta é uma iniciativa de magnitude extraordinária, com benefícios sem precedentes para a área, incluindo na gestão ambiental e na resposta rápida a desastres naturais”, disse Erika Mouynes.
A América Central é uma das áreas do mundo mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas, nomeadamente através de secas prolongadas e chuvas excessivas sentidas nos últimos anos em países como Honduras, Nicarágua e Guatemala.
O Copernicus analisa o planeta através de uma rede de mais de 30 satélites da União Europeia. É coordenado e gerido pela Comissão Europeia e executado em parceria com os Estados-membros e a Agência Espacial Europeia, entre outras instituições.
O programa reúne dados em áreas como gestão de território, meio marinho, atmosfera, resposta em situações de emergência, segurança e alterações climáticas.
Em março, o Copernicus foi usado para detetar “qualidade do ar degradada” em grandes áreas de Portugal, Espanha e França devido à passagem de uma grande nuvem de poeira do deserto do Saara vinda do norte de África.
Em janeiro, o serviço produziu imagens do espaço para avaliar o alcance da destruição em Tonga, na sequência da erupção do vulcão HungaTonga Hunga Ha’apai e de um tsunami com ondas de 15 metros, em que várias ilhas do arquipélago do Pacífico foram devastadas.
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