“Repitamos um `forte e claro não´ a qualquer forma de violência, vingança e ódios cometidos em nome da religião ou em nome de Deus”, disse o pontífice numa conferência internacional de paz que hoje termina na capital egípcia.
O papa advertiu neste encontro organizado pela Universidade de Al Azhar, instituição de referência para os muçulmanos sunitas, que os responsáveis religiosos são chamados a “desmascarar a violência que se veste de uma suposta sacralidade”.
Francisco falou aos presentes enquanto “responsáveis religiosos” defendendo que nessa qualidade devem “denunciar as violações contra a dignidade humana e contra os direitos humanos”.
A vinte dias dos ataques contra a comunidade cristã copta a norte do Egipto, que causaram 46 mortos e foram reivindicados pelo grupo Estado Islâmico, o papa voltou a condenar o comércio de armas.
Segundo o papa, para prevenir conflitos e construir a paz têm de ser eliminadas as situações de “pobreza e exploração, onde mais facilmente atuam os extremismos” assim como devem ser bloqueados os fluxos de dinheiro e de armas para os que fomentam a violência.
No seu discurso, o papa defendeu o diálogo e a abertura aos outros “reconhecendo os direitos e as liberdades fundamentais, especialmente a religiosa”.
O líder católico iniciou hoje uma viagem de dois dias ao Egito, país que sofreu este mês atentados contra duas igrejas coptas nas cidades de Tanta e de Alexandria, que mataram 45 pessoas.
Nesta visita Francisco vai deslocar-se num veículo não blindado e segundo o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, as medidas de segurança serão iguais às de outras viagens do papa.
A deslocação ao Cairo, adiantou Greg Burke, tem um triplo significado: pastoral, de encontro com a comunidade católica local; ecuménico, através de reuniões com os cristãos coptas; e inter-religioso porque prevê encontros com representantes muçulmanos.
Durante a sua visita, Francisco pronunciará um total de cinco discursos, nomeadamente na conferência internacional de paz, num encontro com as autoridades, na sua visita ao papa copta ortodoxo Teodoro II, que irão ocorrer hoje, e na homilia da missa de sábado e perante religiosos católicos.
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