“Renovo o apelo para que os estabelecimentos prisionais sejam lugares de reeducação e de reinserção social e que as condições de vida dos detidos sejam dignas de seres humanos”, afirmou.

Francisco falava na audiência geral semanal, que decorreu na sala Paulo VI, no Vaticano.

O papa manifestou “dor e preocupação” pelo incidente ocorrido numa prisão nos arredores de Manaus, e pediu aos presentes para rezarem “pelos mortos, famílias, reclusos e trabalhadores” dos estabelecimentos prisionais.

Durante a homília, Jorge Bergoglio falou da esperança cristã e sublinhou que “perante a dor dos outros” se deve “mostrar uma grande delicadeza e partilhar sofrimento e lágrimas” para que as palavras transmitam “um pouco de esperança”.

“Para falar de esperança a quem está desesperado, é necessário partilhar o desespero. Se não for possível proferir palavras com as lágrimas e a dor, é melhor o silêncio, a carícia e a ternura, e não dizer nada”, acrescentou.

Pelo menos 56 reclusos morreram na segunda-feira na revolta comandada por grupos e fações rivais, que resultou num motim e na fuga de detidos, numa cadeia nos arredores de Manaus, capital do estado do Amazonas.

Durante o motim, que durou 17 horas, corpos ensanguentados e queimados foram vistos empilhados num pátio da prisão.

Um total de 184 presos fugiu, informou o Governo brasileiro, acrescentando que, até agora, foram capturados 40.