Francisco falava hoje de manhã durante a celebração do Jubileu dos Reclusos, no Vaticano, perante milhares de pessoas, incluindo mil reclusos e ex-detidos de 12 países que estavam acompanhados por familiares, capelães e pessoal penitenciário.
Segundo a Agência Ecclesia, este grupo também integrava portugueses.
Durante a homília, o pontífice denunciou a hipocrisia que muitas vezes leva a considerar a prisão como a única alternativa para uma pessoa que errou e que cometeu um crime.
“Às vezes, uma certa hipocrisia leva a ver (…) como o único caminho a prisão. Não se pensa na possibilidade de mudar de vida, há pouca confiança na reabilitação”, disse Francisco.
Tal conduta, segundo o papa, faz com que as pessoas se esqueçam de que “somos todos pecadores” e, em muitas ocasiões, “prisioneiros sem dar conta” de preconceitos e do que intitulou de “ídolos de um falso bem-estar”.
Dirigindo-se aos presos, Francisco recordou que diante de Deus “ninguém pode viver sem a certeza de encontrar perdão” e exortou-os a “não ficarem fechados no passado”.
“A história passada não pode ser escrita novamente. Mas a história que começa hoje, e olhando para o futuro, ainda está por escrever. Aprender com os erros do passado, pode abrir um novo capítulo da vida”, reforçou.
Também pediu aos detidos para não perderem a esperança, que pode “iluminar com luz o presente muitas vezes perturbado e ofuscado por situações que levam à tristeza e dor”, bem como sublinhou a importância da fé e do seu impacto no ato de perdão.
“Só a força de Deus, a misericórdia, pode curar certas feridas”, sustentou.
Já fora da Basílica de São Pedro e a partir da janela do apartamento papal, durante a oração do Angelus, Francisco pediu “uma justiça penal que não seja exclusivamente punitiva” e apelou às autoridades civis para levaram a cabo “um ato de clemência” para que alguns presos possam ser reintegrados na sociedade, sempre e quando a sua condição penal o permita.
“Submeto à consideração das autoridades civis competentes a possibilidade de cumprir, neste Ano Santo da Misericórdia, um ato de clemência para com aqueles prisioneiros que são considerados adequados para desfrutar desta medida”, afirmou.
O papa fez também um apelo “a favor das condições de vida nas prisões, para que a dignidade humana dos detidos seja respeitada plenamente”.
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