“Quantas crianças foram mortas, feridas ou órfãs, arrancadas das suas mães! (…) Como não sentir angústia por elas e por aqueles, jovens e velhos, que foram deportados. A dor das mães ucranianas é incalculável”, assinala o líder da Igreja Católica na carta publicada pela assessoria de imprensa do Vaticano.

“O dever de governar o país em tempos trágicos e de tomar decisões com visão de futuro para a paz é de rigidez”, acrescenta.

O sumo pontífice escreve ainda que “chora” com todos os ucranianos “por cada pequenino que, por causa da guerra, perdeu a vida”.

“Agora estão no seio de Deus, veem a sua angústia e rezam para que acabe”, observou Francisco.

O papa, num outro ponto da carta, lembra também os jovens, que, “para defender bravamente” a pátria, tivera de colocar “as mãos nas armas em vez dos sonhos que cultivaram para o futuro”.

Em seguida, o chefe de Estado do Vaticano citou as mulheres que perderam os maridos e das idosas que foram lançadas para a “noite escura da guerra”.

No sábado, na Basílica de Santa Sofia, em Roma, será comemorado o Holodomor, a Grande Fome ordenada por Estaline que provocou milhões de mortes na Ucrânia Soviética entre 1932 e 1933.

O papa recordou na audiência geral de quarta-feira o genocídio de cerca de sete milhões de ucranianos, cazaques e caucasianos do norte.

Depois de o crime ter sido reconhecido pela ONU em 2003 e pelo Parlamento Europeu em 2008, o parlamento ucraniano definiu-o como genocídio e decidiu comemorá-lo oficialmente no quarto sábado de novembro.