“Se alguma vez a Comissão Europeia tomar uma decisão desfavorável a essa fusão, seria por más razões”, declarou o governante, em entrevista à rádio Europe 1, acrescentando que “não seria apenas um erro económico, seria um erro político, porque enfraqueceria toda a indústria europeia face à China”.

O ‘chumbo’ iria “enviar o sinal, a uma China conquistadora, que tem atualmente meios consideráveis (…), que a Europa se divide e desarma-se”, argumentou.

Bruxelas terá até fevereiro para decidir sobre o projeto de fusão dos grupos francês e alemão, nos setores da ferrovia, anunciada em setembro de 2017.

Face às reticências do executivo europeu, em termos de eventual diminuição de concorrência, as empresas apresentaram em dezembro uma proposta de medidas compensatórias.

“A lei da concorrência europeia é obsoleta”, argumentou Le Maire, referindo ser um quadro legal criado para o século XX e que não permite à Europa “criar os seus próprios campeões industriais”.

O ministro enumerou como os chineses do CRRC produzem por ano 300 comboios dos mais rápidos e, juntas, a Alstom e a Siemens, 35.

A fusão iria criar um novo gigante europeu na ferrovia, com presença em 60 países e um volume de negócios anual de 15,6 mil milhões de euros e enfrentar o grupo CRRC e os canadianos da Bombardier.