De acordo com a proposta, que contou com a abstenção do Chega e votos a favor das restantes bancadas e deputados, a Assembleia da República deu o seu assentimento à deslocação do Presidente “a Londres, nos dias 21 e 22 de outubro, para o encerramento da exposição Paula Rego”.
O assentimento da Assembleia da República às deslocações do chefe de Estado é uma formalidade imposta pela Constituição, que estabelece que o Presidente da República não pode ausentar-se do território nacional sem autorização do parlamento.
Programada para o período 07 de julho e 24 de outubro, esta mostra é o principal acontecimento do museu programado para o verão, e também a maior e mais completa de Paula Rego no Reino Unido, ao incluir pintura, e também colagens, esculturas, desenhos, gravuras e pastéis de grande dimensão.
Os trabalhos em exposição vão desde os primeiros, dos anos de 1950, onde são visíveis referências ao regime ditatorial de António Salazar, ao qual se opunha, como “Interrogação”, executado quando tinha 15 anos, até alguns mais recentes nos quais aborda questões sociais, como a série “Aborto”, que produziu durante a campanha pela despenalização do procedimento em Portugal.
Além do contexto político e social, a obra de Paula Rego também reflete as suas experiências pessoais, nomeadamente da sua infância, da relação intensa com o marido, o artista britânico Victor Willing (1928-1988), que morreu de esclerose múltipla, e da própria luta com a depressão.
Nascida em Lisboa, em 1935, Paula Rego deixou Portugal ainda adolescente, e fez estudos na Slade School of Art, tornando-se na única artista mulher do grupo da Escola de Londres, distinguindo-se por uma obra fortemente figurativa e literária, considerada incisiva e singular pela crítica de arte.
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