O presidente da Assembleia Nacional francesa, François de Rugy, anunciou hoje o debate depois de se reunir com o primeiro-ministro, Édouard Philippe, e os líderes dos grupos parlamentares de ambas as câmaras.
A sessão “permitirá ao Governo explicar-se perante os deputados e grupos parlamentares e expressar suas posições” sobre o ataque, que ocorreu na madrugada de sábado na Síria, disse.
Este debate parlamentar já havia sido avançado pelo próprio Presidente, Emmanuel Macron, na declaração em que anunciou a ofensiva.
Macron invocou o artigo 35.º da Constituição, que estipula que o Governo deve informar o parlamento de uma intervenção militar no exterior no máximo de três dias após o início da operação.
Espera-se que Macron dê detalhes sobre a intervenção síria esta noite numa entrevista televisiva no horário nobre.
Os EUA, a França e o Reino Unido realizaram no sábado uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghouta Oriental, por parte do governo de Bashar al-Assad.
O presidente dos EUA justificou o ataque como uma resposta à “ação monstruosa” realizada pelo regime de Damasco contra a oposição e prometeu que a operação irá durar “o tempo que for necessário”.
Segundo o secretário-geral da NATO, a ofensiva teve o apoio dos 29 países que integram a Aliança.
Na sequência destes ataques, e a pedido da Rússia, realizou-se uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU, na qual foi rejeitada uma proposta de condenação da ofensiva militar, apresentada pelos russos.
O ataque da madrugada de sábado foi uma reação ao alegado ataque com armas químicas contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, ocorrido no dia 07 de abril e que terá provocado 40 mortos e afetado 500 pessoas.
Em Portugal, o Presidente da República referiu-se aos ataques feitos por “três amigos e aliados” e limitados “a estruturas de produção e distribuição de armas estritamente proibidas pelo direito internacional e cujo uso é intolerável e condenável”, citando a posição assumida pelo Governo português, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que disse compreender as razões que levaram à intervenção militar desta madrugada na Síria, defendendo, no entanto, ser necessário evitar uma escalada do conflito.
No espetro partidário, os ataques foram condenados pelo PCP e pelo BE, enquanto PSD e CDS-PP manifestaram apoio à ação dos Estados Unidos, Reino Unido e França. A CGTP-IN também veio a público criticar os ataques.
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