“O nosso escritório no distrito de Yenimahalle, em Ancara, foi incendiado. Ligámos para a polícia, mas ninguém atendeu o telefone”, disse ao jornal Ayhan Bilgin, porta-voz do partido, terceiro no Parlamento.
Bilgin explicou que também houve ataques ou tentativas de assaltos nas sedes do partido nos municípios de Bagcilar, Konya e Uskundar.
Em Beylikduzu, Istambul, quatro pessoas entraram na sede do partido, queimaram e destruíram o mobiliário e foram-se embora.
Pouco depois, uma explosão no escritório provocou ferimentos em duas pessoas.
“Evacuámos todas as nossas sedes para não provocar. Não conseguimos contactar nenhuma autoridade. Nem nos ministérios nem nas esquadras da polícia nos atenderam o telefone. Isto significa, obviamente, que estão a fechar os olhos aos ataques”, acusou Bilgin.
O primeiro assalto ocorreu em Kayseri, a cidade do centro de Turquua onde no sábado um bombista suicida fez explodir um carro armadilhado junto a um autocarro de transporte urbano em que viajavam soldados de folga.
Inicialmente o balanço apontava para 13 soldados mortos e mais de 50 feridos, mas a morte de um dos feridos fez hoje aumentar para 14 o número de vítimas mortais.
Também se registaram ataques contra os escritórios do social-democrata Partido Republicano do Povo (CHP) em Kayseri.
Tanto o HDP como o CHP condenaram veementemente o atentado.
O vice-presidente do Governo, Numan Kurtulmus, afirmou no sábado que as provas apontam para a autoria da guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Kurtulmus disse que o tipo de explosivo utilizado é parecido com o do atentado de há uma semana em Istambul, no qual morreram 44 pessoas e cuja autoria foi atribuída aos Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), um grupo radical saído do PKK.
O Governo turco considera o HDP, terceiro partido do Parlamento, como braço político do PKK, e nas últimas semanas foram detidos centenas dos seus membros, entre os quais deputados e altos dirigentes.
No sábado, o presidente da Turquia, o islamita Recep Tayyip Erdogan, apelou à mobilização popular contra o terrorismo.
“Lutaremos com decisão todos juntos, num espírito de mobilização nacional e de unidade da nação contra estas organizações terroristas”, disse, em comunicado.
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