Em antecipação à agência Lusa, a organização deste “ato em defesa da democracia brasileira” - promovido pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e da Fundação José Saramago – adiantou que este encontro decorrerá no Capitólio, em Lisboa.

Intitulada “O futuro das lutas democráticas: em defesa da democracia brasileira”, a sessão conta com a participação, pelos partidos portugueses, da líder bloquista, Catarina Martins, e da secretária-geral adjunta socialista, Ana Catarina Mendes.

Pelo Brasil estarão presentes Guilherme Boulos e Manuela D'Ávila, que são os pré-candidatos à Presidência do país pelo PSOL e PCdoB, respetivamente, e Tarso Genro, pelo PT.

Os dirigentes políticos espanhóis que se fazem representar neste encontro será a presidente do PSOE, Cristina Narbona, e o secretário-geral do Podemos, Pablo Iglesias.

O ato em defesa da democracia brasileira será coordenado pela presidente do Conselho de Administração da Fundação José Saramago, Pilar del Río e pelo diretor do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Boaventura de Sousa Santos.

A situação no Brasil tem merecido atenção internacional desde o assassinato de Marielle Franco, ativista e vereadora eleita pelo PSOL na câmara municipal do Rio de Janeiro.

Marielle Franco foi assassinada a 14 de março com quatro tiros de pistola, de calibre 09 milímetros, na cabeça, depois de participar num ato político com mulheres negras. O crime está a ser investigado pelas autoridades locais.

A sua morte chocou todo o Brasil e foi condenado por várias organizações internacionais, incluindo um grupo de relatores de direitos humanos das Nações Unidas, que considerou o assassínio da vereadora um facto "muito alarmante".

O processo judicial do ex-presidente Lula da Silva também tem estado na ordem do dia, decidindo hoje mesmo o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil um recurso apresentado pela sua defesa para impedir que este seja preso até ser julgado em todas as instâncias da Justiça brasileira.

Lula da Silva foi condenado a doze anos e um mês de prisão após dois julgamentos de um mesmo processo ligado à operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção no Brasil, no qual foi acusado de receber um apartamento de luxo como suborno da construtora OAS em troca de favorecer contratos desta empresa com a estatal petrolífera Petrobras.

Especialistas consultados pela Lusa comentaram o que será tratado neste julgamento, explicando que, após as condenações em primeira e segunda instâncias, "tem ainda recursos para tentar obter a sua absolvição".