Em comunicado, a IL exige a António Costa que “abandone definitivamente a abordagem arrogante e propagandística” e que “assuma as suas responsabilidades pela gestão calamitosa”, sem, no entanto, retirar qualquer conclusão.

Os liberais também consideram “intolerável” que o coordenador do plano de vacinação, Francisco Ramos, “se permita insultar os portugueses que manifestam preocupação com o rumo do processo, colando-lhes intenções e agendas políticas para esconder a sua evidente incompetência”, numa referência à entrevista que deu no sábado à SIC-Notícias.

Nessa entrevista, Francisco Ramos condenou os episódios de vacinação de pessoas que não estavam entre os grupos prioritários desta primeira fase, como aconteceu na delegação do Norte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no Porto e na Segurança Social de Setúbal, e admitiu que venham a tomar a segunda dose, recusando qualquer lógica de “justiça popular”.

“Não cabe a esta estrutura infligir castigos nessa matéria. Essa pergunta explica um pouco aqueles 11% ou 12% nas eleições presidenciais do passado domingo, um espírito vingativo que não me parece que seja muito bom para uma sociedade solidária como a nossa”, disse, numa referência a André Ventura, o candidato apoiado pelo Chega.

“Inaceitável” é como a IL qualifica “o planeamento de distribuição das vacinas” por não incluir “uma metodologia de gestão das sobras que permita assegurar que não se desperdiçam doses não utilizadas e que não há aproveitamentos oportunistas ligados a lógicas de proximidade profissional, pessoal, familiar ou partidária”.

No comunicado, os liberais criticam e consideram “incompreensível” que pessoas com mais de 80 anos, só tenham “sido incluídos numa das prioridades mais altas depois de o Governo ter sido pressionado pela Comissão Europeia”.

Chega quer explicações de Francisco Ramos no parlamento

Na carta que enviou à presidente da comissão parlamentar de Saúde, o deputado André Ventura argumentou que são necessários esclarecimentos sobre os casos de vacinação de pessoas sem estarem na lista de prioridades, como aconteceu com o INEM Porto ou com políticos ligados ao PS, como o autarca de Reguengos de Monsaraz ou a diretora da Segurança Social de Setúbal.

Em vez de assumir responsabilidades, acusou o deputado, o ex-secretário de Estado da Saúde “opta por um discurso de ataque a intervenientes políticos cuja responsabilidade no processo de vacinação é rigorosamente nenhuma”.

Numa entrevista à SIC-Notícias, no sábado à noite, Francisco Ramos considerou condenou alguns episódios de vacinação de pessoas que não estariam entre os grupos prioritários desta primeira fase, como aconteceu na delegação do Norte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e na Segurança Social de Setúbal, mas demarcou a 'task-force' desses casos.

Francisco Ramos admitiu que essas pessoas venham a tomar a segunda dose e recusou qualquer lógica de “justiça popular”.

“Não cabe a esta estrutura infligir castigos nessa matéria. Essa pergunta explica um pouco aqueles 11% ou 12% nas eleições presidenciais do passado domingo, um espírito vingativo que não me parece que seja muito bom para uma sociedade solidária como a nossa”, disse, numa referência a André Ventura, o candidato apoiado pelo Chega.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.219.793 mortos resultantes de mais de 102,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 12.482 pessoas dos 720.516 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.