Concorrem às eleições de 9 de junho 17 partidos e coligações: a AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP.

Esta segunda-feira, com o início da campanha, o país começa a ouvir os planos para a Europa.

AD

O cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) às europeias, Sebastião Bugalho, defendeu hoje em Olhão, no Algarve, que Portugal deve ter mais políticas relacionadas com o mar para criar riqueza para os seus cidadãos.

“Nós temos o mar muito rico, portanto, não faz sentido não aproveitarmos esse mar muito rico para criar mais riqueza para o país”, disse Bugalho na sua primeira ação de campanha das eleições europeias.

Depois de um breve encontro com associações de produtores de atividades relacionadas com o mar no Porto de Pesca de Olhão, o candidato defendeu que o Mar deve subir la lista de prioridades dos portugueses e das suas políticas.

“A garantia que a Aliança Democrática deu foi justamente que vamos estar atentos ao fato de termos um mar rico e que temos que ter políticas mais diversas para poder potenciar a riqueza desse mar”, insistiu Sebastião Bugalho.

Antes de visitar o mercado de Olhão, o cabeça de lista da AD às europeias ainda criticou o seu principal adversário, o Partido Socialista (PS), por, afirmou, não ter a palavra pescadores no seu programa eleitoral.

“Só lamento que o Partido Socialista não tenha a palavra pescadores uma vez no programa para conseguir responder a essas necessidades”, disse o candidato.

Por outro lado, Sebastião Bugalho escusou-se a falar das eleições que se realizaram no domingo na Região Autónoma da Madeira, onde um dos partidos que faz parte da AD, o PSD, ficou em primeiro lugar mas sem maioria absoluta.

“Eu, como sabe, como candidato ao Parlamento Europeu, não tenho que fazer geringonças com ninguém, tenho essa sorte. Portanto estou focado no resultado, estou focado em ter o melhor resultado possível e obviamente que fico contente cada vez que os partidos que compõem a Aliança Democrática vencem eleições”, disse.

O candidato da AD começou o dia no Algarve, com iniciativas em Olhão e Faro, seguindo depois para o Alentejo, com paragens em Moura e Reguengos de Monsaraz, antes de terminar o dia em Évora, onde também vai estar o presidente do partido e primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Chega

O Chega arrancou hoje a campanha eleitoral para as eleições europeias no sudoeste alentejano, defendendo maior controlo à imigração e a priorização de estrangeiros que falem português e partilhem a “matriz cultural”.

Em declarações aos jornalistas em Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira, distrito de Beja, o presidente do Chega disse que não foi uma coincidência a escolha do local para arrancar a campanha e que o partido quer "colocar o tema da imigração e da imigração descontrolada nos grandes debates”.

Nas eleições legislativas de janeiro, o Chega venceu nesta freguesia, inserida numa região onde muitos imigrantes estão a trabalhar para empresas agrícolas.

André Ventura reconheceu que "há imigração que faz falta", mas criticou o regime de entrada, que classificou como "absurdo".

"O que não pode acontecer é pessoas chegarem a Portugal sem saber para onde é que vão, sem saber para que setor vão trabalhar, sem terem casa e sem terem absolutamente nada. [...] Não podemos continuar a deixar pessoas chegar sem terem contrato de trabalho ou pelo menos uma promessa de contrato de trabalho", alegou.

Ventura defendeu um maior controlo e limites à entrada de estrangeiros em Portugal, nomeadamente com a definição de quotas consoante "os setores profissionais onde faz falta imigração".

Na opinião do Chega, deve ser dada prioridade aos imigrantes que falem português e com a mesma "matriz cultural", e não a "qualquer pessoa que venha do Paquistão, do Bangladesh ou da Índia".

“E quem estiver ilegal em Portugal tem de ser devolvido ao seu país de origem”, defendeu.

O presidente do Chega afirmou que esta zona é "particularmente problemática", sustentando que em Vila Nova de Milfontes "meta de população já é migrante e em Odemira, o concelho, um terço da população é migrante".

O líder do Chega disse existir também uma "sensação de insegurança, sobretudo para com as mulheres" e "um receio de sair à rua", mas não apresentou dados concretos que o justifiquem, referindo ter por base a "perceção" junto da população local.

André Ventura acompanhou hoje os candidatos do Chega às eleições europeias. Também em declarações aos jornalistas, o cabeça de lista, António Tânger Corrêa, disse subscrever as afirmações do líder e recusou a ideia de limitar o acesso ao espaço Schengen apenas a cidadãos europeus, considerando ser "impossível do ponto de vista legal".

"Nós os dois somos um, ele é presidente, eu sou vice-presidente. É evidente que, sendo eu uma figura menos conhecida do que os meus adversários, porque um diplomata não deve ser conhecido como é um político ou um comentador de televisão, é evidente que não vou desperdiçar os créditos que o meu presidente tem como figura conhecida em Portugal", indicou, recusando qualquer incómodo por ter Ventura a seu lado.

Foram muito poucos aqueles com quem a caravana do Chega se cruzou nesta volta de poucas centenas de metros. O presidente do partido e os candidatos entraram numa lavandaria inserida num centro comercial onde existem também negócios de imigrantes, como uma mercaria ou um restaurante de ‘kebab’.

A proprietária, que disse ter sido abordada por alguém do partido antes da chegada da comitiva, queixou-se de insegurança e de ser vítima de ameaças por parte de estrangeiros, mas não quis concretizar, recusando responder à maioria das perguntas dos jornalistas.

Na ocasião, o presidente do Chega foi questionado sobre a integração no grupo europeu Identidade e Democracia (ID) e uma possível mudança, mas recusou responder.

"Sobre a questão da composição dos grupos, teremos muito tempo para falar sobre isso. Como é sabido, está a haver uma reordenação da direita europeia, mas esse é um debate para depois das eleições europeias" e que “e que está a ser tratado nos bastidores”, disse, recusando comentar também a polémica com o partido alemão AfD, indicando estar focado "nos portugueses".

Livre

cabeça de lista do Livre às europeias, Francisco Paupério, arrancou a campanha de barco para defender mais investimento europeu na mobilidade sustentável e transição energética, numa viagem que disse provar como essa aposta serve as pessoas.

A manhã do cabeça de lista do Livre às eleições europeias de 09 de junho começou com uma travessia entre as duas margens do Tejo. À chegada ao destino, em Cacilhas, concelho de Almada, Francisco Paupério sublinhou o “exemplo perfeito” daquilo que o partido pretende defender na União Europeia (UE)

“É o exemplo perfeito daquilo que podem ser as políticas de mobilidade sustentável e associar sempre isto a uma transição energética, que tem de ser feita, e a um investimento da UE nesta transição e na industrialização da própria UE”, disse, em declarações aos jornalistas.

O percurso entre o Cais do Sodré, Lisboa, e Cacilhas fez-se em pouco mais de 10 minutos, numa das novas embarcações elétricas da Transtejo, financiada através de fundos europeus mas, para muitos habitantes, que continuam a ter de recorrer ao carro, continua a não ser solução.

“Não adianta ter apenas um comboio ou um metro quando não chega à maior parte das pessoas. O que o Livre propõe é que esta rede cresça e que chegue a toda a gente do concelho e das periferias”, sublinhou Francisco Paupério.

“O caminho que vamos fazer nestes próximos cinco anos vai ser essencial para as metas climáticas e para o futuro da União Europeia”, acrescentou.

A primeira ação de quase duas semanas de campanha foi dedicada à mobilidade sustentável e à transição energética, mas no pouco contacto que teve com a população, dificuldade pela pressa do quotidiano, Francisco Paupério ouviu outras preocupações.

Dos recentes apoios aos jovens aprovados pelo Governo na semana passada à política agrícola comum, que vai estar hoje em discussão em Bruxelas, onde estarão reunidos os ministros da Agricultura da UE, o candidato trocou ideias também sobre a fiscalização da aplicação dos fundos europeus e dos conflitos na Ucrânia e na Palestina.

Defendeu o reconhecimento formal do Estado da Palestina como primeiro passo essencial em relação ao conflito na Faixa de Gaza e, quanto à Ucrânia, considerou que a UE e Portugal devem manter o apoio dado ao longo dos últimos dois anos.

“Vimos, na UE, várias velocidades de ajuda neste conflito e no caso palestiniano – em que, infelizmente, continuamos até a dar armas ao opressor. (….) A ajuda não tem chegado na altura certa, mas cabe-nos mudar isso e, por isso, é que o Livre defende uma política de defesa comum que, realmente, consiga colocar os 27 estados a falarem em uníssono”, referiu.

PS

A cabeça de lista do PS às europeias, Marta Temido, arrancou hoje para a campanha com o objetivo de vencer, mas escusou estabelecer uma meta quanto ao número de mandatos, afirmando não querer pôr-se "fora de pé".

“É para ganhar. Mas, já me conhecem e sabem que eu não vou dizer qual é o número de eurodeputados, porque isso seria pôr-me completamente fora de pé”, referiu aos jornalistas no arranque oficial da campanha.

Marta Temido falou com os jornalistas quase três horas depois de ter começado o contacto com a população às 07:30, junto ao Terminal Fluvial de Cacilhas.

“Vamos trabalhar para merecer a confiança dos portugueses. Sabemos que alguns portugueses ainda não estão totalmente esclarecidos, sabemos que há portugueses que fizeram opções de voto diferentes porque porventura estavam zangados e o que estamos a clarificar é por que é importante votar no PS nestas eleições”, destacou.

De mochila às costas e com sapatilhas calçadas a fazer antever um dia repleto de ações de campanha, a antiga ministra da Saúde fez-se acompanhar por Ana Catarina Mendes, a número três da lista que encabeça.

A quem se apressava para entrar no barco, as candidatas socialistas foram distribuindo panfletos, canetas e cumprimentos.

Cerca de uma hora depois fizeram mesmo na Estação do Pragal, onde foi possível ouvir alguns lamentos de uma funcionária de um café, que se queixou das rendas de casa altas e dos apoios insuficientes.

Ainda na mesma estação do metro, Marta Temido fez questão de passar pelo Ponto do Café “para dar sorte”, repetindo o que António Costa já tinha feito para as últimas Legislativas.

“Vão ganhar de certeza absoluta. É limpinho!”, atirou a funcionária, antes de se preparar para servir os 10 cafés pedidos por Marta Temido.

Questionada pelos jornalistas se esse é o número de eurodeputados que pretendem eleger, a cabeça de lista socialista clarificou que pretendem “o melhor número possível”.

“Fica-nos mal estar a dizer que queremos este número ou aquele número. Como deve imaginar isso é uma fasquia muito elevada e está-me a deixar já nervosa e angustiada, porque é uma fasquia elevada”, atirou.

No contacto com a população foi respondendo ao que a Europa pode fazer pelos portugueses, inclusive na área da saúde mental, depois de questionada por um jovem letrista.

BE

A cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias, Catarina Martins, disse hoje não temer nenhum efeito de contágio das eleições regionais na Madeira, onde os bloquistas obtiveram um mau resultado, perdendo a representação na Assembleia Legislativa.

“São realidades muito diferentes. Aliás, como sabem, com um partido que é regional na Madeira e que teve um resultado inesperado, extraordinário. As eleições europeias são outra coisa”, disse Catarina Martins.

A cabeça de lista do Bloco falava aos jornalistas na Feira de Espinho, no distrito de Aveiro, local que escolheu para iniciar a campanha oficial para as eleições europeias por ser a sua “feira de infância”.

“Os meus avós moravam numa aldeia aqui perto. Sempre aqui vim, sempre foi um sítio de felicidade, de encontro, pessoas que pensam de formas diversas, mas que aqui estão e essa ideia de que nós estamos juntos neste caminho e em contacto com todas as pessoas”, explicou.

A cabeça de lista dos bloquistas disse esperar que a campanha para as europeias possa esclarecer os portugueses sobre o impacto que as decisões europeias têm na sua vida.

“É preciso que as pessoas saibam que nas eleições europeias se determinam coisas fundamentais para a nossa vida, da escola que vai ser construída ao comboio que possa existir, das taxas de juro da habitação, ao preço dos medicamentos”, referiu.

A candidata escusou-se ainda a definir uma meta para o número de deputados a eleger pelo Bloco, admitindo apenas que quer ter “um resultado forte”, sustentando que é preciso uma esquerda de confiança no Parlamento Europeu para “contrariar um projeto de extrema-direita que ataca a liberdade das mulheres e os direitos de toda a gente”.

Na feira de Espinho, onde teve uma receção calorosa, Catarina Martins distribuiu panfletos, cumprimentou os feirantes e populares, tirou “selfies”, ouviu incentivos e elogios e até uma promessa de uma feirante de levar-lhe nabos a Bruxelas.

“Vais comer lá no Parlamento um caldo de nabos ou não? Depois liga-me que eu vou levar-te o nabo”, disse Conceição Carvalho, dirigindo-se a Catarina Martins, que respondeu que iria cobrar a promessa.

A feirante há 40 anos na Feira de Espinho até sugeriu um ‘slogan’ para o Bloco: “Quando a direita cansa, a esquerda avança”.

CDU

O cabeça de lista da CDU arrancou hoje a campanha oficial com uma arruada na Amadora, em que pediu que se contrarie o “grande alheamento” da população relativamente às eleições europeias e se reforce a coligação.

João Oliveira percorreu o centro da Amadora numa arruada acompanhada por algumas dezenas de militantes da CDU, que entoaram cânticos como “CDU na Europa para defender Portugal” ou “CDU é um voto que defende a soberania”.

Durante o trajeto, em que esteve acompanhado pela dirigente do PEV Mariana Silva e a membro do Comité Central do PCP Seyne Torres - que integram ambas as listas da CDU -, João Oliveira cruzou-se com alguns cidadãos, pedindo-lhes que votem na coligação que integra o PCP e o PEV para garantir que há mais eurodeputados a “defender quem trabalha” e menos a apoiar “os bancos, as grandes empresas e as multinacionais”.

À porta de uma repartição da Carris Metropolitana, o “número um” da CDU trocou algumas palavras com um casal, que lhe pediu que tenha atenção ao tema da habitação, seja nas grandes cidades, seja também no interior do país.

“Os problemas da habitação são um tema de norte a sul do país”, reconheceu João Oliveira, salientando que o tema é precisamente “uma das questões que estão em discussão nestas eleições para o Parlamento Europeu”.

“A gente precisa que essas questões sejam resolvidas a nível nacional pelo Governo, mas também é preciso no Parlamento Europeu quem se bata para que haja dinheiro para investir na habitação e para que não tenhamos o nosso Orçamento do Estado restringido na resposta que precisamos de encontrar”, afirmou.

A meio do trajeto, o candidato falou aos jornalistas para salientar que a campanha da CDU vai ser uma “campanha de esclarecimento, de informação sobre as opções que é preciso fazer” para Portugal ter uma “voz mais forte no Parlamento Europeu”.

“Não nos desviaremos em questões laterais e acessórias, nem faremos da campanha eleitoral o tempo das festas e festarolas. É objetivamente na discussão daquilo que está em causa que concentraremos as nossas atenções”, disse.

João Oliveira disse achar que “tem havido um grande alheamento para as eleições para o Parlamento Europeu” e defendeu que “é preciso contrariá-lo”, em particular focando a campanha na “as razões fortes do que está em causa”.

“Nós não queremos o reforço da CDU para nos engalanarmos com ele, queremos o reforço da CDU para que a voz em defesa do povo e do país seja efetivamente mais forte e permita apontar um caminho diferente para o nosso futuro coletivo”, afirmou.

Apesar de não querer estabelecer “objetivos quantitativos” para estas eleições, João Oliveira disse estar confiante nesse reforço e recusou fazer comparações com as eleições regionais na Madeira, um dia depois de a coligação ter perdido a representação parlamentar no arquipélago.

“Não há possibilidade de transposição. São eleições distintas, a comparação manifestamente não é possível fazer, desde logo considerando que na Madeira há até uma força política regional [JPP] que nem sequer concorre às europeias e que foi até a força política que mais cresceu”, disse.

No final do trajeto, João Oliveira fez um curto discurso no Parque Delfim Guimarães, em que defendeu que é preciso fazer das eleições europeias “um momento de viragem nas dificuldades e nos problemas que o país e o povo enfrentam”.

“Há quem nesta campanha eleitoral queira fazer das eleições para o Parlamento Europeu algo de distante e desligado da realidade das pessoas e da vida nacional. É exatamente o contrário: estas eleições têm tudo que ver com a nossa vida do dia-a-dia”, afirmou, apelando à mobilização dos militantes nas próximas duas semanas de campanha.

PAN

O cabeça-de-lista do PAN às eleições do Parlamento Europeu defendeu hoje a necessidade de direcionar melhor os apoios às energias renováveis, afirmando que existe dinheiro mas é preciso torná-lo acessível a empresas e famílias.

“Temos de desburocratizar os apoios da Europa” à adoção de energias renováveis e “temos de direcioná-los melhor e torná-los acessíveis a qualquer empresa e a qualquer família”, afirmou Pedro Fidalgo Marques, no final de uma visita à ‘start up’ tecnológica Wind Credible, criadora de turbinas revolucionárias para produzir energia eólica, que marcou o início da campanha eleitoral do partido.

“O PAN defende que devemos atingir 100% de energias renováveis até 2040 e este é um caminho e um exemplo de como podemos trabalhar para ter soluções inovadoras”, apontou, elogiando o projeto que permite instalar turbinas em meios urbanos, sem ruído.

No entanto, alertou o candidato do Partido Pessoas-Animais-Natureza, “temos de desburocratizar os apoios da Europa” até para responder a uma das queixas das empresas que investigam e criam novos projetos, como foi o caso da Wind Credible, que referiu haver regulamentação diferente de em cada município.

“Na Europa, todos os anos são gastos 360 mil milhões de euros de apoios aos subsídios fósseis, estamos a falar de 1.000 milhões por dia em vários países”, destacou Pedro Fidalgo Marques.

“Se os apoios e este investimento forem direcionados, por exemplo, para a investigação em novas tecnologias e para a instalação ou apoios às famílias, podemos realmente caminhar muito mais rapidamente para a neutralidade carbónica e para garantir que em 2030 reduzimos até 55% as emissões”, disse, acrescentando que quanto mais cedo for atingida a neutralidade, melhor.

A neutralidade carbónica é atingida quando se chega a um ponto de equilíbrio entre as emissões de gases com efeito de estufa e a sua eliminação na atmosfera.

“Na Europa, temos que direcionar os apoios, temos de direcionar a nossa vontade política e não podemos continuar neste travão, que é o que temos visto agora”, referiu, adiantando que “com o crescimento dos partidos mais de direita e direita conservadora (…) o restauro da natureza e mesmo o Green Deal - o pacto ecológico europeu -, têm sido cada vez mais travados ou tido mesmo retrocessos”.

Admitindo que a Europa já fez um caminho no sentido de se tornar independente dos combustíveis fósseis da Rússia, o candidato do PAN defende que é preciso fazer mais.

“A União Europeia deve ser autónoma em termos energéticos e é possível consegui-lo através de energias renováveis”, afirmou.

IL

O cabeça-de-lista da Iniciativa Liberal ao Parlamento Europeu, João Cotrim de Fugueiredo, traçou hoje como objetivo eleger um eurodeputado no próximo dia 09 de junho e apontou a abstenção como o “grande adversário”.

“A nossa meta é a que definimos na convenção do ano passado que é eleger um eurodeputado e, correndo bem a campanha, ter ambição de fazer mais”, afirmou o candidato liberal aos jornalistas, naquele que é o primeiro dia oficial da campanha para as eleições europeias.

No final de uma arruada em Lisboa, que começou no Campo Pequeno e terminou no Saldanha, João Cotrim de Figueiredo frisou que a IL é o único partido que tem uma “visão integrada, global e completa da Europa” e que “não está aqui para fazer política nacional à custa das políticas europeias”.

O que a IL quer é “apenas que a Europa cresça, que a Europa seja um espaço de liberdade, de paz e de prosperidade porque isso beneficia Portugal”, afirmou.

“Temos de reconhecer que ao longo destes dias não vemos projetos com o mesmo tipo de consistência”, atirou.

João Cotrim de Figueiredo, que na arruada se fez acompanhar do presidente do partido, Rui Rocha, assumiu que se tiver um mau resultado a responsabilidade será claramente sua, mas se for bom será “dividido com a equipa toda”.

Já quanto ao principal adversário, o candidato da IL às eleições europeias apontou a abstenção e apelou a que as pessoas votem antecipadamente no dia 02 de junho a partir de qualquer ponto do país ou no dia 09.

“Vão votar. Depois, quando lá estiverem, já que lá estão votem na Iniciativa Liberal porque é quem tem o projeto mais consistente”, insistiu.

Na arruada, que durou mais de uma hora, João Cotrim de Figueiredo pediu às pessoas para votarem e não desvalorizarem as eleições europeias.

A meio do percurso, o candidato liberal cruzou-se com um senhor que admitiu não votar IL.

“Ainda”, respondeu João Cotrim de Figueiredo que, de seguida, pediu: “Não negue à partida uma ciência que desconhece”.

Já numa esplanada, o cabeça-de-lista liberal às europeias encontrou um casal "super interessado por assuntos europeus" que lhe garantiu o voto.

Perante a promessa de voto, João Cotrim de Figueiredo aproveitou para deixar uns panfletos sob o título “De férias no dia 9? Vota antes no dia 2” para que o casal pudesse distribuir e, assim, convencer mais pessoas a votar na IL.

As últimas europeias, em 2019, foram o primeiro ato eleitoral a que a IL se apresentou (depois da fundação em 2017), tendo conseguido menos de 30.000 votos (0,88% do total).