“Foi um desempenho no 1.º trimestre muito positivo. Acho que é importante que toda a recuperação da economia, que se iniciou em 2014, possa tornar-se mais vigorosa”, afirmou o líder social-democrata, em Évora.
À margem da sessão de apresentação do candidato do PSD à Câmara de Évora, António Costa da Silva, Passos Coelho disse aos jornalistas, aliás, que “seria absurdo” que o PSD visse o desempenho da economia, quando é positivo, como uma contrariedade política”.
O presidente do PSD reagia ao crescimento de 2,8% da economia portuguesa, no 1.º trimestre do ano, face ao mesmo período de 2016, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), na segunda-feira.
“Em 2016, com a mudança de Governo e com a reorientação de política, abrandou o crescimento da economia”, mas, neste 1.º trimestre do ano, “cresceu mais intensamente”, o que “é positivo”.
Agora, continuou Passos Coelho, “é importante consolidar essas perspetivas de crescimento e, sobretudo, ancorar as perspetivas de crescimento futuro numa agenda reformista que possa dar-nos balanço para crescer num patamar superior”.
Só assim, defendeu, será possível “transformar este crescimento, não num crescimento cíclico, conjuntural, mas num crescimento que traga um efeito estrutural que perdure na economia”.
Questionado se este crescimento significa que o Governo está a trabalhar bem, Passos Coelho disse ver no executivo de António Costa “uma quase obsessão” pelo “curto prazo”.
“E isso, normalmente, tira profundidade às políticas. Pode ser bom enquanto dura, mas, como nós sabemos bem de experiência feita, quando passa esse efeito”, depois fica “aquilo que é mais estrutural e que não é tão agradável”, afirmou.
Este Governo, segundo o presidente do PSD, “se quiser fazer perdurar estes resultados, tem de ficar também associado a uma agenda reformista”.
“Não pode ser de outra maneira. Não podemos viver sempre dos efeitos das decisões que foram feitas no passado. É sempre preciso, quando queremos passar para um patamar superior, transformar alguma coisa. Não podemos viver apenas dos efeitos cíclicos da própria economia”, argumentou.
Mas, com o atual executivo, “essa agenda não é conhecida” e Passos Coelho disse não ter “muito essa expectativa” de a ver, devido à “quase obsessão” pelo “curto prazo”.
Segundo Passos Coelho, “para dar sustentação” à recuperação económica do país e “saltar de nível”, porque Portugal precisa “de crescer acima de 2 ou 2,5 % para poder convergir com a União Europeia e pagar as dívidas e investir no futuro”, é preciso “um crescimento mais forte”.
“Se o queremos, temos de ter uma ação reformista. Se não tivermos, assim que passar este efeito cíclico, voltamos aquilo que tínhamos antes, que é um crescimento muito modesto, que não dá para pagar as dívidas, nem para investir no futuro”, sustentou.
[Notícia atualizada às 20:46]
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