Pedro Passos Coelho tem estado desde manhã na plateia a assistir aos trabalhos do primeiro dia da convenção, que decorre no Centro de Congressos de Lisboa, e, num intervalo, foi abordado pelos jornalistas, aceitando fazer uma curta declaração sobre o evento.

“Deixem-me dizer uma coisa rápida, porque não gosto que andem atrás de mim, mas percebo o vosso interesse em ouvir alguma coisa da minha parte. Eu vim assistir a esta convenção com muito interesse, como de resto fiz nas convenções anteriores”, explicou.

Para o ex-primeiro-ministro, esta convenção representa “um espaço de debate e de liberdade”, que considerou “muito importante estimular e promover no país”.

“Sobretudo quando as nossas tarefas de natureza política, económica e social são tão desafiantes, agravadas com as circunstâncias que vivemos nesta crise pandémica”, afirmou.

Passos Coelho considerou que era “uma oportunidade a não perder” ouvir “tantas pessoas, com um currículo notável, e que têm muito a dar ao país”.

Questionado se assistirá aos dois dias de trabalhos e ao discurso do atual presidente do PSD, Rui Rio, marcado para quarta-feira, às 20:00, Passos respondeu afirmativamente.

“É difícil que eu consiga estar aqui dois dias inteiros, porque não tenho essa possibilidade. Estarei tanto quanto possível a assistir aos trabalhos e no caso do dr. Rui Rio, ainda para mais que é o presidente do PSD, terei muito gosto em ouvi-lo”, assegurou, acrescentando que não faria qualquer outra declaração sobre atualidade política.

Pedro Passos Coelho foi líder do PSD entre 2010 e início de 2018 e primeiro-ministro entre 2011 e 2015, num Governo de coligação com o CDS-PP, então liderado por Paulo Portas, que também falará nesta convenção, na quarta-feira de manhã, num painel sobre “O mundo pós-covid: riscos e oportunidades”.

A III Convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL) começou hoje, em Lisboa, e contará com intervenções dos presidentes do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, e da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo.

No segundo e último dia dos trabalhos, na quarta-feira, será a vez de intervirem os presidentes do Chega, André Ventura, e do PSD, Rui Rio, que participa pela primeira vez nesta convenção, ao contrário dos restantes líderes partidários.

Sobre a sua ‘estreia’ nestas convenções, Rui Rio já disse publicamente que, antes de aceitar o convite, perguntou quem estaria presente.

“Vai muita gente ligada ao PS. Se não fosse muita gente ligada ao PS eu não ia (…) Se fosse uma coisa tão à direita em que o mais à esquerda era eu, então não ia”, afirmou o líder do PSD, em entrevista à RTP.

Na semana passada, em entrevista à Rádio Renascença e ao jornal Público, o vice-presidente social-democrata David Justino considerou que a participação de André Ventura na convenção do MEL reconhece o Chega “como uma força política importante”, apesar de o partido só ter um deputado, e admitiu que, se fosse ele o convidado, não marcaria presença.

Confrontado com a participação do Rio, David Justino respondeu que “é uma decisão que lhe cabe a ele” e é “mais uma manifestação de boa vontade do presidente do PSD do que uma posição radical”.

Para David Justino, se Rui Rio “se sente mais confortável” para participar na convenção do MEL deve fazê-lo, salientando que “o presidente do PSD não está sujeito a qualquer centralismo democrático” e “tem um grau de liberdade que lhe permite tomar opções”.