Passos Coelho participou hoje à tarde no distrito de Bragança em duas sessões consecutivas de apresentação de candidatos apoiados por PSD e CDS-PP, mas com metas diferentes: em Torre de Moncorvo, o objetivo é reeleger Nuno Gonçalves para um segundo mandato, enquanto em Vila Flor os dois partidos têm esperança de interromper uma governação socialista de mais de duas décadas com a candidatura de Pedro Lima.
"De um modo geral, temos muito orgulho nos resultados dos nossos autarcas. Quando comparamos o desempenho de autarquias com circunstâncias parecidas […] notamos que aquelas que têm tido lideranças socialistas e comunistas têm piores desempenhos do que aquelas que têm lideranças sociais-democratas e centristas", defendeu.
Passos sublinhou que nenhuma eleição está definida à partida e que "não há ninguém que seja dono da escolha que cada eleitor quer fazer".
Contudo, apesar de deixar um apelo contra a abstenção, o líder do PSD reiterou as críticas ao Governo pela intenção já manifestada de, no futuro, proibir a realização de jogos de futebol em dias de eleições.
"Foram os jogos de futebol, mas podiam ter sido outras coisas, que se fechasse toda a atividade cultural, recreativa para que não houvesse abstenção. Isso é um absurdo, não é esse o caminho, evidentemente", disse.
Em Vila Flor, Passos Coelho preferiu centrar o seu discurso no apoio ao candidato Pedro Lima, dizendo que o concelho não pode "perder esta oportunidade" de mudança, e, numa breve referência nacional, reiterou a mensagem de que os primeiros dois anos de Governo socialista foram "oportunidades desperdiçadas".
"Dois anos volvidos ainda se quer diabolizar o primeiro-ministro de então, os ministros de então? Dois anos depois ainda temos de estar a lembrar que o Governo de Sócrates não foi uma ficção, que a bancarrota não foi uma invenção nossa", lamentou.
Em Vila Flor, Passos pediu que os eleitores deixem de "dar oportunidades a quem as desperdiça" e pediu a mudança no concelho, tal como aconteceu há quatro anos em Torre de Moncorvo.
"Eles tiveram 24 anos de oportunidades, não vou dizer que tudo foi mau […], há muito boa obra em Vila Flor, mas são obras que não foram feitas para as pessoas, foram feitas para garantir a próxima eleição", acusou o candidato Pedro Lima, que elegeu como primeira prioridade o combate à desertificação.
Apesar do frio que se fazia sentir no final da apresentação, já de noite, o anfiteatro ao ar livre mantinha-se cheio, com muitas mulheres e crianças na assistência, que terminaram a cantar o hino, uma ‘versão' da conhecida música de solidariedade "We are the world".
Zélia Teixeira, candidata à União de Freguesias de Vilas Boas e Vilarinho das Azenhas, atualmente detida por PS, fez questão de saudar calorosamente a presença do ex-primeiro-ministro: “Era uma pessoa que sempre quis conhecer", disse.
O líder do PSD fez-lhe a vontade e, no final do curto discurso da candidata, fez questão de se levantar da primeira fila e dar-lhe um abraço.
O secretário-geral do CDS-PP, Pedro Morais Soares, marcou presença em ambas as apresentações e apelou a que "rua a rua, porta a porta", se possa procurar o voto das pessoas em ambos os concelhos no próximo dia 01 de outubro.
Além de Pedro Lima (PSD/CDS-PP), são candidatos à Câmara de Vila Flor Fernando Barros (PS), Rui Tadeu (CDU) e Rui Guerra (BE).
Em Torre de Moncorvo, além de Nuno Gonçalves (PSD/CDS-PP), os candidatos à Câmara de Torre de Moncorvo são Maria de Lurdes Pontes (PS) e Laurinda Esteves Amaro (CDU).
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