“Para evitar, desde já, espíritos mais ansiosos que fiquem à espera de condicionar o PSD sobre matérias desta natureza, quero esclarecer que o PSD não dá nenhuma abertura da sua parte para nacionalizar banco nenhum, nem por 15 dias, nem três meses”, afirmou Pedro Passos Coelho.
O presidente dos sociais-democratas discursava na cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos distritais do PSD de Évora, que se realizou numa unidade hoteleira do centro histórico da cidade alentejana.
Passos Coelho afirmou ter presente na sua memória a decisão que o Governo de José Sócrates tomou de nacionalizar o BPN, referindo que foi o anterior Governo PSD/CDS-PP que “teve, depois, de vender aquilo”.
“Ainda hoje não se sabe bem quanto terá custado a nacionalização do BPN, no mínimo sabe-se que já custou mais de 2,5 mil milhões de euros e estima-se que possa ir quase aos seis mil milhões”, observou, considerando que “o BPN era uma casquinha de noz ao lado do Novo Banco”.
Assinalando que dispõe apenas das informações divulgadas pela comunicação social, o líder “laranja” disse que admite que “as pessoas no PS e no Governo não estão satisfeitas com as ofertas que estão a ser feitas pelo privados e que acham que vale mais nacionalizar porque não se perde tanto”.
“Se aquilo que os privados vierem a oferecer pelo Novo Banco for considerado pelo Governo insuficiente, então isso significa que o Estado está disposto a pagar mais do que eles e eu preciso de saber com base em quê, em que avaliação e quanto é que isso vai custar para o Estado e para os portugueses”, adiantou.
Na semana passada, o Banco de Portugal anunciou que o fundo Lone Star é a entidade mais bem colocada para comprar o Novo Banco, convidando-o para um "aprofundamento das negociações", manifestando em seguida o Ministério das Finanças esperança de que o processo seja concluído com celeridade, tendo sido noticiada uma oferta de 750 milhões de euros com injeção de mais 750 milhões.
O Novo Banco foi o banco de transição criado a 03 de agosto de 2014 para ficar com os ativos considerados menos problemáticos do Banco Espírito Santo (BES), então alvo de uma medida de resolução.
Inicialmente, o banco foi capitalizado com 4,9 mil milhões de euros através do Fundo de Resolução bancário (participado pelos bancos que operam em Portugal, sendo 3,9 mil milhões de euros de um empréstimo do Tesouro), a que se somaram mais 2.000 milhões de euros no final de 2015 com a decisão do Banco de Portugal de transferir obrigações seniores para o 'banco mau' (num novo 'bail-in', resgate interno).
Contudo, apesar de ter nascido com o rótulo de banco bom', o Novo Banco acumula prejuízos de 1.800 milhões de euros desde a criação até setembro de 2016.
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