Em declarações à Lusa, Paulo Rangel disse que é seu objetivo avaliar ainda a situação da comunidade portuguesa.
“O nosso objetivo é de facto ter bastante informação e uma informação mais detalhada sobre a situação no terreno”, referiu sexta-feira à Lusa, em declarações via telefone, o também vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE) e um dos promotores desta delegação, que também integra, entre outros elementos, os outros dois vice-presidentes, o espanhol Esteban González Pons e a holandesa Esther de Lange.
Para tal, segundo Paulo Rangel, a delegação deste grupo parlamentar (o maior grupo político do Parlamento Europeu), que estará na Venezuela até terça-feira, já tem encontros confirmados com todos os grupos parlamentares com representação na Assembleia Nacional (parlamento venezuelano) e com o presidente daquele órgão legislativo e autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó.
O encontro com Guaidó está agendado para terça-feira.
“Também pedimos um encontro com responsáveis do governo [do Presidente Nicolás] Maduro. (…) O ‘feedback’ que tivemos foi apenas este: havia disponibilidade de princípio, mas estava sob avaliação”, disse Rangel.
O governo venezuelano tem insistido em negar a existência de uma crise humanitária no país e tem dito que não permitirá a entrada de ajuda na Venezuela.
A ajuda humanitária fornecida pelos Estados Unidos, que inclui alimentos e medicamentos, está retida atualmente na cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta.
A dia 31 de janeiro, o PE reconheceu Guaidó como Presidente interino legítimo da Venezuela, à semelhança da maioria dos países da UE, e na sequência da posição assumida pelos Estados Unidos.
Paulo Rangel indicou ainda que uma das suas prioridades nesta deslocação será também a comunidade portuguesa, existindo diligências para contactos diretos com os portugueses e com os lusodescendentes residentes na Venezuela, estimados em cerca de 300 mil.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou mais de 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.
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