"As carências de enfermeiros, médicos e técnicos de diagnóstico e terapêutica têm sido verificadas de norte a sul do país, preocupantes no seu conjunto. Estas medidas que o Governo anunciou são manifestamente insuficientes face às necessidades que já se verificam", lamentou João Oliveira, nos passos perdidos da Assembleia da República.
Na reunião plenária, a resolução do PCP foi aprovada com votos favoráveis de todas as bancadas à exceção da do PS, que se absteve.
Entretanto, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou que a contratação planeada de profissionais de saúde na sequência da aplicação das 35 horas semanais visa garantir o funcionamento dos serviços, mas assegurou que as entidades do setor reagirão rapidamente se necessário.
"Esperamos que o Governo, rapidamente, dê cumprimento às medidas aprovadas pela Assembleia da República e que o PCP propôs: agilização dos procedimentos de recrutamento já feito, dos prazos dos concursos que têm de ser realizados e da avaliação das necessidades que venham a acentuar-se no período de férias, bem como incentivos para fixação dos profissionais em falta nas zonas carenciadas", insistiu o deputado comunista.
Campos Fernandes falava aos jornalistas à margem da conferência Ibero-americana da qualidade na saúde, promovida pela Direção-Geral da Saúde, a decorrer em Lisboa, sobre o impacto de, a partir de domingo, enfermeiros, assistentes e técnicos retomarem horários de 35 horas de trabalho semanais, em vez das 40 atuais.
Segundo o governante, as contratações irão decorrer numa primeira fase em julho e numa segunda fase em setembro ou outubro, sendo que no próximo mês serão contratados pelo menos dois mil profissionais de saúde.
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