“Em Carnide, existem ruas que não têm passeios e fogos que não têm esgotos e, no entanto, foram aí marcados lugares de estacionamento e colocados parquímetros” da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), disse à agência Lusa o vereador comunista Carlos Moura.

Para o autarca, “é uma coisa absolutamente hedionda que, em ruas que estão por requalificar e esburacadas”, haja lugares pagos de estacionamento.

Por essa razão, a vereação do PCP levou à reunião privada de hoje uma moção para “mostrar à Câmara [de maioria PS] que não pode, à revelia da vontade dos moradores e da Junta de Freguesia, avançar para a colocação dos parquímetros numa zona que carece de tudo o resto”, indicou Carlos Moura.

Além da concretização de tais obras, o documento visava a construção de um parque de estacionamento projetado para o local com cerca de 200 lugares.

Tinha ainda o intuito de introduzir uma prorrogação no funcionamento do estacionamento tarifado na zona, revertendo o processo que está em curso.

O documento foi, contudo, rejeitado com os votos contra da maioria socialista (que inclui os Cidadãos por Lisboa) e a favor do PCP e do CDS-PP.

Na noite de quarta-feira da semana passada, moradores de Carnide retiraram os parquímetros da EMEL que tinham sido ativados a 31 de março em protesto pela sua instalação na zona histórica da freguesia.

Os 12 parquímetros foram retirados apenas com força de braços e ficaram guardados na sede da Junta de Freguesia de Carnide até terem sido confiscados pela PSP, aparentemente sem sinais de vandalismo.

Segundo Carlos Moura, o PCP “compreende a posição dos moradores”.

Dois dias depois, a EMEL repôs os parquímetros retirados de Carnide e disse esperar “bom senso” na manutenção dos equipamentos, razão pela qual não adotou medidas de segurança adicionais.

Entretanto, na sequência do sucedido, a EMEL apresentou uma queixa-crime contra desconhecidos.

À semelhança do PCP, a introdução do estacionamento tarifado no centro histórico de Carnide tem vindo a ser contestada pelo presidente da Junta de Freguesia, Fábio Sousa (CDU), que considera não surgir no momento adequado por o município ainda não ter requalificado, como se comprometeu, locais como a Azinhaga das Carmelitas, Travessa do Pregoeiro, Rua General Henrique de Carvalho, Rua das Parreiras e a Rua da Mestra.

Em julho de 2016, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou alterações ao Regulamento Geral de Estacionamento, prevendo a criação de Zonas de Estacionamento de Duração Limitada em locais onde ainda não existe estacionamento tarifado.

O novo documento, que substitui o de 2013, prevê a extensão da atividade da EMEL a quase todo o concelho.

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