"A primeira grande ilação [a retirar] é a de que a economia portuguesa há oito trimestres consecutivos cresce acima de 2%, situação em que tínhamos de recuar ao final do século passado para termos situação idêntica", afirmou o membro da comissão de assuntos económicos do PCP, em declarações à Lusa.
Segundo José Lourenço, "tal ritmo de crescimento é indissociável das políticas de devolução de rendimentos, aumento de pensões e reformas, redução da carga fiscal sobre o trabalho e aumento dos apoios sociais".
O crescimento da economia portuguesa acelerou no segundo trimestre, ao avançar 2,3% face ao mesmo período do ano anterior e 0,5% em cadeia, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE), em estimativa rápida, ligeiramente acima da medida europeia, segundo o Eurostat.
"Só será possível manter este ritmo de crescimento acima dos 2%, sem desequilíbrio da balança externa, se houver uma aposta clara na produção nacional e no investimento", sublinhou o dirigente comunista.
Os valores divulgados hoje pelo INE ficam abaixo das estimativas de analistas e grupos económicos recolhidas pela Lusa, que apontavam para uma aceleração mais acentuada no segundo trimestre, ao estimarem que o PIB crescesse entre 0,6% e 0,8% em cadeia e entre 2,4% e 2,6% em termos homólogos.
Para o conjunto de 2018, o Governo estimou que a economia cresça 2,3%, de acordo com o Programa de Estabilidade, contra 2,7% em 2017.
"Dado o elevado nível de desinvestimento feito na economia nas últimas décadas, bem visível no estado em que se encontram os setores da educação e da saúde, são elevados os recursos financeiros necessários para alavancar esse investimento e o país só terá esses recursos se se libertar das amarras do défice e da dívida a que está sujeito pela União Europeia", acrescentou José Lourenço.
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