De acordo com uma pergunta ao Governo a que a agência Lusa teve hoje acesso, assinada pelos deputados Ana Mesquita, Paula Santos e João Dias, o PCP alega que “nas últimas semanas” a procura do serviço de urgência dos HUC - hospital integrado no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) – “tem sofrido um aumento exponencial, com a acumulação de doentes durante largas horas, esperando atendimento”.
“Ao contrário de outros períodos, este aumento da afluência não está relacionado com a pandemia [de covid-19]”, notam os signatários da pergunta.
No texto, o PCP considera que esta situação “coloca em causa o direito constitucional à saúde, colocando em risco as populações, quer pela acumulação de doentes em salas de espera em tempo de pandemia, quer pela falta de assistência em tempo útil, podendo ocorrer fatalidades”.
“Para além disso, a sobrecarga dos trabalhadores dos HUC pelos ritmos e intensidade do trabalho, tem levado muitos trabalhadores à exaustão física e psicológica. Temos conhecimento que, em consequência do exposto, há escalas médicas do serviço de urgência com turnos por preencher, o que agrava ainda mais a falta de resposta às populações”, referem os deputados comunistas.
A situação, afirmam, resulta do “desastroso processo de fusão dos hospitais da região de Coimbra, que levou à concentração de inúmeros serviços e encerramento no período noturno do serviço de urgência do Hospital Geral dos Covões”.
Na pergunta dirigida ao Ministério da Saúde, o PCP quer saber que medidas serão tomadas “para assegurar o normal e regular funcionamento do serviço de urgência dos HUC” e se estão a ser consideradas reaberturas de serviços para dar resposta a esta situação.
Questiona ainda se está a ser considerada a reafetação de especialidades médicas como a cirurgia, ortopedia e outras à urgência do Hospital Geral dos Covões e se o Governo “vai reverter a fusão do CHUC para garantir e efetivar o direito constitucional à saúde das populações da região Centro”.
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