Jerónimo de Sousa recordou que a iniciativa legislativa dos comunistas sobre o assunto, limitando os vencimentos de gestores públicos e privados, foi chumbada por PSD e PS na respetiva comissão parlamentar na passada semana e que a bancada do PCP só pode voltar à carga sobre a mesma matéria na próxima sessão legislativa, à margem de uma visita à nova Biblioteca Municipal Ary dos Santos, em Sacavém, Loures, juntamente com o autarca comunista e ex-líder parlamentar, Bernardino Soares.
"Estaremos sempre disponíveis para corrigir aquilo que consideramos, de facto, um excesso que não prestigia a democracia nem corresponde, hoje, aos sentimentos de justiça social que a esmagadora maioria dos trabalhadores e do povo sentem", afirmou.
Questionado sobre os anúncios de possíveis iniciativas sobre o assunto por parte de bloquistas e sociais-democratas, o líder comunista prometeu analisá-las para uma posterior tomada de posição.
"Pelas notícias que tenho, nem o BE sabe bem o que vai propor. Se tiver uma proposta concreta, naturalmente, iremos posicionar-nos em conformidade", disse.
Jerónimo de Sousa considerou que o "problema central" não é a obrigatoriedade de os administradores da CGD declararem os seus rendimentos a determinadas autoridades, como já sugeriu o BE.
"Não é esse o problema central. O BE quer fugir à questão central que é dos montantes, esses vencimentos principescos de que essa administração vai usufruir. Não é uma questão meramente de decência, é política, de justiça. Há uma desigualdade enorme, na CGD, como poderia dizer no Montepio, na banca privada. Esse excesso só provoca sentimento de injustiçados por aqueles que têm de declarar os seus rendimentos, que têm salários baixos", declarou.
A proposta dos sociais-democratas, no sentido de voltar a limitar os salários de gestores públicos até um certo montante, também não mereceu grande entusiasmo por parte do líder do PCP.
"Qual é a proposta do PSD!? Tendo em conta o mandato do Governo PSD/CDS, podíamos dizer que aquilo que o PSD está a propor é um bocadinho menos, mas, no essencial, o problema mantém-se. De qualquer forma, perante a proposta concreta, decidiremos em conformidade", garantiu.
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