O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, falava numa iniciativa no complexo desportivo da Sociedade Filarmónica União Artística Piedense (SFUAP), no concelho de Almada, de encerramento da ação nacional “Mais força aos trabalhadores” que o partido desenvolveu desde fevereiro em vários pontos do país.

Segundo o dirigente comunista, esta ação reforçou a presença do PCP junto das empresas e locais de trabalho, levando ao contacto com milhares de trabalhadores.

“É este o nosso rumo, não porque fica bem, não para cumprir calendário, não para dar nas vistas, mas porque é a força dos trabalhadores e a sua luta que constituem o elemento decisivo para o curso da vida dos próprios trabalhadores e da vida do país”, disse o secretário-geral do PCP.

Paulo Raimundo defendeu ainda que, quanto mais consciência os trabalhadores tiverem da sua força, menos impacto terá “a ofensiva ideológica que pretende convencer que não há alternativa ao atual rumo de injustiça e desigualdade” para o qual considera haver sempre justificações quer seja a crise, a epidemia ou a guerra.

“Ao contrário do que os defensores e dependentes do capitalismo tentam fazer crer, a História não acabou. A realidade transforma-se e o motor da História continua a ser a luta de classes”, disse, argumentando que a luta obrigou o Governo a “morder a língua” e a aumentar as pensões e a aumentar em 1% os salários da administração pública.

Na sua intervenção, o secretário-geral do PCP acusou ainda o Governo de estar sempre na primeira linha em defesa dos interesses dos grupos económicos juntamente com PSD, CDS, Chega e IL.

“Sempre que há que optar entre os interesses dos trabalhadores e do povo e os interesses dos grupos económicos, lá estão PS, PSD, IL, Chega e CDS a levantar a bandeira do capital”, disse.

Perante um pavilhão cheio, Paulo Raimundo defendeu ainda que a grande questão que se coloca é o aumento dos salários, classificando-a como uma emergência nacional, e apelou à continuidade na luta pelos direitos dos trabalhadores em cada empresa e local de trabalho.

“A luta obrigará a pôr fim aos escandalosos lucros e dividendos dos acionistas, onde os administradores executivos das grandes empresas ganham 36 vezes mais do que os trabalhadores das empresas que administram”, disse, considerando que é também através da luta que é possível um controlo efetivo dos preços dos bens essenciais.

A ação “Mais força aos trabalhadores”, adiantou Paulo Raimundo, não se esgota mantendo-se o compromisso de prosseguir.