"O PCP relembra que não é a primeira vez que se assiste a anúncios por parte de governos do PS, do PSD e CDS, de aquisição de comboios que, após as eleições, é cancelada. É preciso agora que este concurso não sofra o destino dos últimos", declarou o dirigente comunista Vasco Cardoso.

O membro da comissão política do Comité Central do PCP instou o executivo socialista a permitir que a CP proceda aos "concursos necessários para a aquisição de material circulante para os Serviços Urbanos e para o Longo Curso e que autorize a EMEF a contratar os trabalhadores necessários para realizar a manutenção do material circulante, medida que colocaria rapidamente em circulação dezenas de unidades imobilizadas por falta de trabalhadores para assegurar a sua manutenção e reparação".

"É particularmente lamentável que, depois de sucessivas promessas do Governo da contratação de trabalhadores (mais 40, mais 102, mais 30, etc.), a EMEF tenha em novembro visto fixar abaixo dos mil o número dos seus trabalhadores", vincou.

O primeiro-ministro, António Costa, esteve hoje presente numa cerimónia de lançamento do concurso para a compra de 22 novos comboios pela CP, na estação de Marco de Canaveses, no distrito do Porto.

"Mas, a decisão agora tomada, sendo positiva, não apaga, no entanto, preocupações. Os comboios que irão ser adquiridos destinam-se exclusivamente ao Serviço Regional e o Governo continua a impedir a CP de adquirir material circulante para o Serviço Urbano e para o Longo Curso. Tal decisão não pode deixar de estar ligada às enormes pressões no sentido da privatização do caminho-de-ferro, designadamente dos serviços que geram maiores receitas para a CP e que estão na mira das grandes multinacionais", alertou Vasco Cardoso.

O dirigente comunista relembrou ainda a resolução do PCP aprovada na Assembleia da República com medidas para um Plano Nacional para o Material Circulante.

"O Governo optou por um concurso que, sendo um avanço, não resolve as necessidades atuais da CP. Para o PCP, exigia-se uma crescente incorporação nacional na produção e essa vertente foi completamente ignorada. Exigia-se a garantia da manutenção ser assegurada na EMEF, e as peças conhecidas apontam no sentido oposto", lamentou.

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