"O PCP considera que o país está ainda a tempo de evitar um colossal erro que seria o do adiamento, uma vez mais, da construção do Novo Aeroporto de Lisboa. A construção de um novo terminal na base aérea do Montijo (ou noutra localização dentro do modelo Portela+1) é uma solução sem futuro", afirmou, em conferência de imprensa na sede nacional comunista, em Lisboa.
O membro da comissão política do Comité Central comunista destacou os benefícios ambientais e de segurança da solução do campo de tiro de Alcochete e sublinhou a necessidade de "resgate da concessão da ANA e o controlo total da TAP", além do "investimento e reforço de pessoal nas várias estruturas da administração pública que têm impacto na operação aeroportuária", como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Navegação Aérea de Portugal (NAV).
"O período do verão veio evidenciar ainda mais o conjunto de constrangimentos, problemas e preocupações que atingem as infraestruturas aeroportuárias do país. A situação caótica que se vive, designadamente no aeroporto de Lisboa, tem um responsável operacional - a multinacional Vinci, detentora da ANA -, mas também responsáveis políticos: aqueles que, no Governo ou na oposição, apoiaram a privatização: PS, PSD e CDS", acusou.
Vasco Cardoso descreveu a empresa de origem francesa que detém a concessão dos dez aeroportos portugueses por 50 anos desde 2013 como "um autêntico espremedor" porque "reduziu o investimento, aumentou a precariedade e a subcontratação, aumentou as taxas, as tarifas, as rendas, adiou e procura condicionar opções estratégicas", agindo "na mais absoluta impunidade a coberto de um criminoso contrato de concessão".
"O PCP denuncia mais uma vez a tentativa que está em curso, a partir da multinacional Vinci e com total cobertura do Governo minoritário do PS, de substituir a necessária construção do Novo Aeroporto de Lisboa, de forma faseada, no campo de tiro de Alcochete, pela construção de um novo terminal na base aérea do Montijo. Uma hipótese que apenas beneficiaria a Vinci, que se libertaria da obrigação de construção do Novo Aeroporto de Lisboa", continuou o dirigente comunista.
O membro da comissão política do Comité Central do PCP afirmou que o investimento médio anual da ANA foi reduzido em 57 milhões de euros desde a privatização e que os lucros em 2017 ascenderam a 248 milhões de euros.
"Uma empresa que, apesar da privatização [revertida, entretanto, para metade na posse do Estado português], se mantém como companhia aérea de bandeira e é uma das principais empresas exportadoras nacionais e que deixa todos os anos no país, além dos resultados líquidos, cerca de 525 milhões de euros que paga diretamente em salários, mais de 400 milhões de euros que paga de impostos e mais de 100 milhões de euros com que contribui para a Segurança Social", descreveu ainda sobre a TAP.
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