Posições defendidas por Carlos César a meio do debate parlamentar sobre os programas de Estabilidade e Nacional de Reformas, num discurso em que procurou traçar linhas de demarcação entre os socialistas, o PSD e o CDS-PP, por um lado, mas também face ao Bloco de Esquerda e ao PCP.

Segundo o presidente do Grupo Parlamentar do PS, o atual Governo deixa "um legado como há muitas décadas não se via em Portugal: o de um país com contas públicas equilibradas, que alcança já nos próximos exercícios orçamentais um saldo orçamental excedentário e uma redução do valor da dívida pública".

"A direita julgava proibido, ou pelo menos imprevidente, melhorarmos os salários e os apoios às famílias. Os restantes partidos da esquerda nunca simpatizaram com a importância de reduzir o défice. O nosso legado é, assim, um motivo de orgulho, porque o governo do PS provou que as promessas de bancarrota e os maus agoiros que os partidos da direita alardeavam ficaram com quem os proferiu. As contas públicas equilibradas são, assim, uma derrota da direita e uma vitória de Portugal", declarou.

Ainda numa referência às divergências em matéria de consolidação orçamental entre PS, PCP e Bloco de Esquerda, Carlos César observou que comunistas e bloquistas sustentam que "são menos importantes as décimas que se foram recuperando nos défices das contas públicas".

"Mas estão redondamente enganados, porque quanto mais décimas no défice ganharmos agora, mais décimas teremos para protegermos, em caso de crise externa, a nossa economia, as nossas empresas, os empregos dos portugueses e das portuguesas e os nossos serviços públicos, seja na saúde, seja na segurança e nos apoios sociais", defendeu ainda.

Em relação ao PSD e CDS-PP, Carlos César optou por comparar os programas de Estabilidade apresentados pelos executivos liderados por Pedro Passos Coelho e os deste Governo.

"O mínimo que se pode dizer é que a direita raramente cumpriu as suas previsões e isso aconteceu sempre para pior, enquanto o PS em quase tudo acertou e quando isso não aconteceu o resultado foi ainda melhor. Em matéria de credibilidade estamos, por isso, conversados", declarou.

Na sua intervenção, o presidente do Grupo Parlamentar do PS fez igualmente uma espécie de autocrítica face ao que se passou em anteriores governos socialistas em matéria de controlo das contas públicas.

"Já o disse e repito: temos consciência dos erros que já foram cometidos no passado; aprendemos com esses erros", frisou o presidente do Grupo Parlamentar do PS.