Pedro Adão e Silva, indicado para novo ministro da Cultura, é sociólogo, professor universitário, comentador político e comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, cargo que deixará esta semana quando assumir funções no Governo.

Embora nos últimos dias tivesse sido dada como certa a escolha do advogado André Moz Caldas para o Ministério da Cultura, a pasta é assumida por Pedro Adão e Silva, sucedendo no cargo a Graça Fonseca.

Questionado pela Lusa, no final da abertura solene das comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril, em Lisboa, esta quarta-feira, Pedro Adão e Silva disse que deixará o cargo de comissário executivo, mantendo-se em funções apenas até à posse do Governo, marcada para dia 30.

Em 2021, a escolha de Pedro Adão e Silva esteve envolta em polémica, e foi criticada por vários partidos políticos, pelos alegados gastos da estrutura de missão, pela sua remuneração (cerca de 4500, brutos, mensais) e por ter sido uma nomeação política.

Numa publicação na sua conta oficial na rede social Twitter, Rui Rio (PSD) chegou a escrever que a escolha de Pedro Adão e Silva era uma "compensação" do PS pelos comentários feitos nos media.

"O PS tem os seus 'comentadores independentes' espalhados pelos diversos canais para vender a propaganda socialista e tentar destruir os adversários ... mas esse trabalhinho tem um preço. Chegou a vez de Pedro Adão e Silva receber a compensação. Pagamos nós; com os nossos impostos", criticou Rui Rio.

Já o ex-líder do CDS, Francisco Rodrigo dos Santos, considerou que "insulta os portugueses" e exigiu ao primeiro-ministro que optasse por "outra pessoa".

"António Costa, exijo que escolha outra pessoa, de preferência com indiscutível currículo para a função, reduza drasticamente os custos e a duração desta comissão... E tenha respeito pelos portugueses!", Rodrigues dos Santos numa nota enviada aos jornalistas e divulgada nas redes sociais.

"Num momento em que o país se vê a braços com uma grave crise económica, que coloca em causa famílias e setores económicos essenciais para a sobrevivência do país, o Governo não olha a meios para promover um dos protegidos do 'socialistão', amplamente conhecido enquanto porta-voz da propaganda socialista e comentador da bola, e oferece-lhe um cargo durante seis anos pago a peso de ouro e recheado de mordomias", criticou o líder centrista.

A criação de uma estrutura de missão para organizar as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que se assinala em 2024, nomeando Pedro Adão e Silva como comissário executivo, foi aprovada em Conselho de Ministros a 27 de maio do ano passado.

O objetivo destas comemorações, de acordo com o Governo, “é perpetuar, regenerar e alargar o vínculo com o regime democrático, celebrando o arco democrático que se iniciou no 25 de abril de 1974 e que se desenvolveu ao longo de 1976 com a aprovação da Constituição, as primeiras eleições legislativas presidenciais e regionais e que culminou com as autárquicas no final desse mesmo ano”.