A RTP emitiu esta noite a entrega de Pedro Dias, suspeito dos crimes de Aguiar da Beira às autoridades. Procurado há quatro semanas, foi detido pela Polícia Judiciária da Guarda em Arouca.
Nas imagens, passadas na RTP 3, "Piloto", como é conhecido, é visto a entrar no carro policial, enquanto a jornalista da RTP faz o relato, tendo relatado algumas declarações que o fugitivo lhe terá feito antes de se entregar. Noutras imagens, Pedro Dias é visto a entrar numa esquadra de polícia.
A agência Lusa confrontou fontes da PJ e da GNR, que ainda não confirmaram oficialmente a informação. A PJ da Guarda remeteu informações à Comunicação Social para uma conferência de imprensa a ser convocada pelo diretor do departamento, sem precisar data ou hora.
Segundo a RTP, o suspeito diz que é "inocente" dos crimes de que é acusado e que optou por se entregar publicamente para sua segurança. Numa entrevista dada à televisão nacional minutos antes de se entregar, o suspeito disse que se sentiu "perseguido pela GNR" e que se entrega porque "não consegue conviver com a ideia de ser fugitivo o resto da vida".
Pedro Dias adiantou que tem dois filhos, com os quais quer entrar em contacto e disse que a sua maior preocupação é o bem-estar da família.
O suspeito confessou que fez o que precisava para sobreviver e por isso é que fugiu das autoridades, tendo sobrevivido ao longo destas quatro semanas com 60 euros.
Pedro Dias estava desaparecido desde 11 de outubro, dia em que dois militares da GNR foram atingidos a tiro, em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda. Um morreu e o outro ficou ferido. Na mesma madrugada, um outro homem morreu e a mulher ficou gravemente ferida, também alvejados a tiro na viatura em que seguiam.
Seguiu-se uma caça ao homem conhecido como “Piloto”. Nestas semanas, surgiram vários relatos de avistamentos de Pedro Dias na zona de S. Pedro do Sul, distrito de Viseu, em Vila Real e até na Galiza, em Espanha. O suspeito, no entanto, garantiu à RTP que nunca saiu do país.
No final de outubro, o Ministério Público da Guarda emitiu um mandado de detenção europeu. O mandado de detenção europeu é uma decisão judiciária emitida por um Estado-membro para detenção e entrega, por outro Estado-membro, de uma pessoa "procurada para efeitos de procedimento criminal ou para cumprimento de uma pena ou medida de segurança privativas da liberdade”, segundo o Ministério Público.
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