“Sou primeiro-ministro há 102 dias e ontem [terça-feira] foi um dia complicado para mim pessoalmente e difícil, porque perdi uma amiga como ministra que estava a realizar um trabalho extraordinário”, disse Pedro Sánchez, do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), no habitual debate parlamentar com o Governo.
A ministra da Saúde, Consumo e Bem-Estar Social, Carmen Montón, apresentou na terça-feira a sua demissão do Governo devido a alegadas irregularidades na obtenção de um mestrado.
O jornal digital Eldiario.es tinha revelado na segunda-feira que Carmen Montón obteve no ano letivo 2010/2011 um mestrado “cheio de irregularidades”, após ter obtido resultados positivos em metade das disciplinas sem assistir às aulas e sem contactar com os professores.
As supostas irregularidades da ex-ministra socialista somam-se a outros casos polémicos que têm como denominador comum a Universidade Rei Juan Carlos de Madrid e que estão a ser investigados pela Justiça, como aquele que envolve o novo líder do Partido Popular, Pablo Casado.
Uma magistrada considerou que existem “indícios de responsabilidade penal” na obtenção por parte de Pablo Casado do seu mestrado em Direito Autonómico em 2008-2009, e decidiu em 06 de agosto último transferir o caso para o Supremo Tribunal por se tratar de uma pessoa com jurisdição especifica, como o acordado a altos cargos do Estado.
No debate parlamentar, Pedro Sánchez insistiu que os socialistas assumem as suas responsabilidades políticas, como fez Carmen Montón, que entretanto foi substituída por María Luisa Carcedo, até agora Alta Comissária para a Luta Contra a Pobreza Infantil.
O primeiro-ministro socialista tomou posse em 02 de junho último e uma das promessas que fez foi a de aumentar a luta contra a corrupção.
É a segunda vez que Sánchez é obrigado a substituir um ministro depois de o titular da Cultura e Desporto de Espanha, uma semana depois de ter tomado posse, também ter apresentados a sua demissão por causa por estar envolvido num caso de fuga ao Fisco.
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