“Eu acho inacreditável que possa haver problemas naquilo que é pôr a generosidade de toda a população ao serviço de quem precisa ser ajudado”, considerou a líder do Bloco, à margem de uma visita ao Complexo do Cachão, em Trás-os-Montes.
Por isso, acrescentou, “as entidades privadas que têm esses fundos devem explicar, porque o Governo já deu as explicações e não é no fundo público que há problema, é nas entidades privadas”.
“As entidades privadas a quem toda a população de boa fé entregou donativos, têm de saber explicar o que é que estão a fazer com esses donativos, também, e se houver algum problema, naturalmente as entidades competentes terão de investigar”, referiu.
A coordenadora do BE reiterou que “seria uma matéria de bom senso” as entidades privadas a quem foram entregues donativos darem explicações sobre aquilo que recolheram e o que estão a fazer com o dinheiro, pois “ninguém no país compreende que não expliquem “.
Catarina Martins recordou ainda que “o Bloco de Esquerda tem tido uma posição sobre esta matéria de uma enorme prudência”.
“Nós temos dito que nestas questões do apoio social, das respostas às comunidades, é muito importante a presença do Estado. Eu julgo que este momento prova um bocadinho essa necessidade”, afirmou.
Para a coordenadora do Bloco, “com todas as dificuldades que possam existir com a presença do Estado, as pessoas compreendem bem que há mais escrutínio nos fundos públicos e que nos privados é que não está a haver esse escrutínio”.
“Portanto, isso deve-nos fazer pensar, também, como é que no terreno estamos e como é que esta solidariedade é efetuada”, acrescentou.
Catarina Martins considerou ainda que “as entidades privadas têm de ser fiscalizadas se houver problemas” e, por outro lado, “têm a obrigação de dar explicações porque pediram donativos a toda a população”.
“E, sobretudo, as pessoas que foram vítimas de tragédia devem ser apoiadas e eu acho que quem foi vítima da tragédia e vê agora estas notícias, deve-se sentir insultado, não é assim que se devem tratar as pessoas”, declarou.
Para a líder do Bloco é “absolutamente lamentável a forma como este assunto está a ser tratado”.
Catarina Martins disse também que concorda com o apelo de não aproveitamento político feito pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vincando que “essa foi a opção do Bloco de Esquerda desde o primeiro momento”.
Comentários