Trata-se de uma “sessão pública extraordinária”, cuja ordem de trabalhos tem um ponto único, proposto pelo executivo municipal, a que preside Valdemar Alves, eleito há um ano pelo PS, após ter cumprido um primeiro mandato pelo PSD.

“Análise da execução da aplicação de fundos doados às diversas instituições para recuperação de património habitacional na sequência dos fogos de 2017” é o tema da discussão, a partir das 17:00, no salão nobre da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, distrito de Leiria.

O atual executivo é constituído por cinco membros, três do PS e dois do PSD.

Para a mesma hora, um grupo de cidadãos marcou uma reunião, através do Facebook, junto aos Paços do Concelho, “para exigir a demissão do executivo camarário face às evidências de compadrio e de desrespeito pelas mais vulneráveis e indefesas vítimas dos incêndios” de 17 junho de 2017.

Os promotores da iniciativa defendem a “convocação de novas eleições em Pedrógão Grande”, bem como “a devolução do dinheiro gasto indevidamente até ao último cêntimo”, entre outras exigências.

Na sua opinião, o autarca Valdemar Alves deve ser constituído “arguido pela corresponsabilidade nas consequências do incêndio, inerentes às suas competências e atribuições nos termos da Lei 65/2007 e das quais não se pode eximir tenha ou não delegado funções”.

Cerca de mil cidadãos já tinham assinado hoje, às 16:00, uma petição pública na internet contra alegadas fraudes na reconstrução de casas de Pedrógão Grande destruídas pelo fogo de 2017.

Subordinada ao título “Petição contra a fraude nos apoios a Pedrógão Grande”, a iniciativa encabeçada por Luís Miguel Figueiredo é promovida pelo movimento político Democracia 21, cuja fundadora, Sofia Afonso Ferreira, surge em segundo lugar na lista de subscritores.

“Os peticionários consideram profundamente repugnante o aproveitamento fraudulento, abusivo e corrupto dos donativos e dinheiros públicos destinados a apoiar as vítimas da tragédia de Pedrógão Grande”, no distrito de Leiria, salientando que “os factos noticiados recentemente deram origem à abertura de inquéritos pelo Ministério Público”.

O grande incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, tendo destruído cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.

Em junho, eram 10 os arguidos, todos pessoas singulares, no inquérito relacionado com os incêndios de Pedrógão Grande, de acordo com a Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra.